Governo vai lançar mais um site para agregar serviços públicos

O anterior Executivo PS lançou, em 2019, o portal ePortugal.gov.pt que veio substituir o anterior Portal do Cidadão. A ministra Margarida Balseiro Lopes diz agora que vai criar um "portal único dos serviços digitais com a marca gov.pt". Pré-lançamento será num festival de música, lançamento oficial em setembro.
Margarida Balseiro Lopes, ministra da Modernização (à direita), com Margarida Blasco, ministra da Administração Interna, acompanhadas por vários secretários de Estado. Fotografia: Nuno Brites / Global Image
Margarida Balseiro Lopes, ministra da Modernização (à direita), com Margarida Blasco, ministra da Administração Interna, acompanhadas por vários secretários de Estado. Fotografia: Nuno Brites / Global ImageNuno Brites / Global Imagens
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O Governo anunciou que vai lançar mais um site com a marca gov.pt que uniformiza canais de atendimento dos serviços públicos de modo a "facilitar a relação do cidadão e das empresas, com o Estado", disse a ministra da Juventude e Modernização.

O anterior Executivo PS lançou em 14 de fevereiro de 2019, o portal ePortugal.gov.pt que veio substituir o anterior Portal do Cidadão. Este último, por sua vez, fora lançado em março de 2015 pelo governo PSD-CDS.

Este ePortugal.gov.pt "disponibiliza informação sobre mais de 2 mil serviços públicos para cidadãos e empresas", permite "acesso a serviços digitais que dispensam deslocações a lojas ou pontos de atendimento", realizar inúmeros atos administrativos, como renovações online do Cartão de Cidadão, pedidos de alteração de morada, agendar online um atendimento presencial nas Lojas e nos Espaços Cidadão, etc, explica o próprio portal, que responsabilidade da Agência para a Modernização Administrativa (AMA).

Apesar disso, em declarações à Lusa, a ministra Margarida Balseiro Lopes indicou não estar satisfeita com a oferta, revelando que o governo vai, por isso, criar mais um site agregador porque "temos uma proliferação de websites, temos mais de 300 sinalizados e o cidadão muitas vezes não sabe onde é que se deve dirigir, ou tem de se dirigir a vários websites para conseguir tratar, às vezes, até de um mesmo problema".

A ministra não explica o que vai acontecer ao portal ePortugal.gov.pt, se será absorvido pelo portal que vai ser lançado em setembro ou se ambos vão coexistir.

O objetivo "com a criação do portal único dos serviços digitais com a marca gov.pt é o cidadão dirigir-se a este site e lá conseguir tratar um conjunto de serviços que são disponibilizados pela Administração Pública", explica a governante do PSD.

Isto assenta numa "visão omnicanal", ou seja, a "possibilidade do cidadão sobre um determinado processo (...), integrando todos os canais de atendimento, começar eventualmente no telefone e de conseguir finalizar, por exemplo, no portal único de serviços digitais", prossegue a ministra da Modernização.

E o que é que o portal vai ter? Por exemplo, "vai ter o histórico das interações, nomeadamente as interações que aquele cidadão teve a propósito do IMT ou do IMI, que teve na repartição das Finanças X com o telefonema que fez" para o número único "para onde os cidadãos devem ligar e que concluiu, por exemplo, com o pagamento do valor através de uma interação que teve com o site".

Este novo portal único dos serviços digitais gov.pt será lançado em setembro e no próximo ano haverá uma app [aplicação], revela a ministra.

"Devemos privilegiar o digital", mas para isso "precisamos de informar e capacitar as pessoas e não temos sido bem sucedidos neste exercício e temos de melhorar a forma como informamos as pessoas, porque muitas vezes vão para o presencial" apesar de haver possibilidade de fazer online, salienta.

E, acrescenta, também "temos de informar as pessoas que, tendo mais dificuldades no acesso a estes serviços de forma digital, que existem Espaços Cidadão, que neste momento há 891 - o último foi inaugurado em Braga e temos um horizonte de 400 até 2026 - para que possam ter alguém, que é uma espécie de mediador que apoia, que auxilia o cidadão a tratar de um determinado problema através de um tablet".

Segundo a ministra, a marca gov.pt "vai ser anunciada no NOS Alive", um festival de música em Algés. "Vamos ter um stand já com a marca".

Além disso, "vamos ter este mês o primeiro Conselho de Ministros para a Transição Digital e Modernização, que é também uma mudança, porque nós temos os Conselhos de Ministros que se reúnem todas as semanas, mas tendo em conta a centralidade deste tema existirão trimestralmente Conselhos de Ministros destinados" a esta matéria.

Balseiro Lopes revelou ainda que o serviço de atendimento telefónico, que atualmente está apenas disponível em português, vai passar a estar disponível noutras línguas pois "hoje em dia nós temos uma percentagem muito significativa de estrangeiros a viver em Portugal e também temos de ter resposta nessas línguas".

Questionada sobre se vai haver reforço de pessoal, a ministra responde que "temos de utilizar muitos dos recursos que temos e esta também é uma preocupação que nós temos".

"É muito importante percebermos que os problemas não são os mesmos no concelho A ou no concelho B, nem sequer na Loja ou no Espaço A ou no Espaço B. E, portanto, tem de haver uma sinalização dos constrangimentos que existem e quais é que são essas razões", prossegue.

Em alguns casos haverá falta de recursos humanos, "mas noutros casos há uma gestão ineficiente dos recursos que atualmente existem e é aqui que nós temos também de atuar", remata a ex-deputada.

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