Grande Lisboa absorve mais de metade do investimento estrangeiro

Grande Lisboa, Norte e Algarve acumulam 81,6% do investimento direto estrangeiro em Portugal, mas o Centro e Alentejo foram os que mais cresceram desde 2017.
FOTO: Global Imagens
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A Grande Lisboa voltou a consolidar-se como a principal região recetora de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em 2023, ao concentrar 99,6 mil milhões de euros (55,2%) de um stock nacional que ascendeu aos 180 mil milhões nesse mesmo período, segundo os dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

As novas estatísticas regionais indicam que o Norte assumiu a segunda posição da tabela, absorvendo 16,5% do volume total de IDE (29,9 mil milhões de euros), seguindo-se o Algarve, com 17,8 mil milhões de euros (9,9%). Juntas, as três regiões acumularam 81,6% do investimento direto estrangeiro, ou seja, 147,3 mil milhões de euros. 

Por outro lado, as regiões que apresentaram menor concentração de IDE foram a Região Autónoma dos Açores, com apenas 500 milhões de euros (0,3%), seguida pelo Oeste e Vale do Tejo, com 2,6 mil milhões de euros (1,4%), e a Península de Setúbal, com 3,9 mil milhões de euros (2,2%).

De acordo com o BdP, no ano passado, as transações de IDE totalizaram 6,8 mil milhões de euros, dos quais 3,9 mil milhões associados a investimento imobiliário, tendo sido os países europeus os que mais investiram em Portugal. 

Na globalidade, o stock somou 10,6 mil milhões de euros, para 180 mil milhões - o correspondente a 68% do PIB português -, influenciado não só pelas transações, como também pelas variações de preço, câmbios e outros ajustamentos estatísticos. Analisando desde 2008, o stock de investimento estrangeiro no país mais do que duplicou, tendo o seu peso no PIB aumentado 22 pontos percentuais.

Alentejo foi o que mais cresceu em 2023

Entre 2017 e 2023, as regiões Centro, Alentejo e Algarve foram as que mais se destacaram, no sentido em que apresentaram os crescimentos mais significativos: 86,5%, 78,6% e 68,4%, respetivamente. Em sentido inverso, a Região Autónoma da Madeira foi a que registou o maior decréscimo, com uma redução de 51,3%, explicada pela deslocalização de empresas para o exterior. 

Já isolando a última variação anual, o quadro altera-se para algumas regiões. O Alentejo foi o que observou um maior ritmo de captação de investimento estrangeiro no ano passado (11,9%), mas Península de Setúbal surgiu logo atrás, com um incremento de 11,8%, seguido-se o Algarve (11,2%). Mais abaixo, no patamar intermédio, ficaram os Açores (9,4%) Oeste e Vale do Tejo (7,9%) e Lisboa (6,7%). As regiões Norte (3,2%), Centro (1,8%) e Região Autónoma da Madeira (0,7%), por seu turno, foram as que menos cresceram face a 2022. 

Investimento português no estrangeiro também subiu

À semelhança da dinâmica observada no IDE, também o Investimento Direto no Exterior (IPE) subiu em 2023, com as transações a ascenderem aos 3,3 mil milhões de euros e tendo como principal destino os países europeus. Segundo o BdP, no final de dezembro, o montante total investido pelos portugueses no estrangeiro totalizava 64,4 mil milhões de euros, mais 22% do que em 2008 - o peso do IPE no PIB nacional, contudo, reduziu-se cinco pontos percentuais em relação àquele ano. 

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