Grandes empresas produziram 3,7 vezes mais que as empresas médias entre 2016 e 2019

Estudo da Nova IMS em colaboração com a Associação Business Roundtable Portugal conclui que as 253 grandes empresas criadas, entre 2016 e 2019, contribuíram com um Valor Acrescentado Bruto a preços de mercado 10 vezes maior que uma empresa média.
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Entre 2013 e 2019, o número de grandes empresas em Portugal cresceu 35%, passando de 958 para 1291. Mas segundo o estudo "Análise prospetiva do impacto do crescimento das grandes empresas em Portugal" se, em 2019, tivessem nascido no nosso país 150 novas grandes empresas, a sua contribuição teria sido de mais 4% para o Valor Acrescentado Bruto a preços de mercado (VABpm) e de 5% em receita fiscal. Para as exportações a comparticipação destas empresas teria sido de 10%.

Os dados foram apresentados esta segunda-feira na conferência "Querer e Crescer: ideias para acelerar o crescimento de Portugal", organizada pela Associação Business Roundtable Portugal (ABRP) e revelam que são as grandes empresas que estimulam o crescimento económico nacional.

Assim, o trabalho de investigação da Nova IMS, levado a cabo em conjunto com a ABRP, dá conta, ainda, que as 253 grandes empresas criadas, entre 2016 e 2019, contribuíram com um VABpm 10 vezes maior que uma empresa média, sendo que em 2019 aquelas tiveram uma produção 3,7 vezes maior que uma empresa de dimensão média.

No que a salários diz respeito, foram as grandes empresas que mais gastaram com os trabalhadores. Segundo o documento, em média foram gastos cerca de 31 mil euros por cada colaborador, o que significa que uma grande empresa gastou mais 30% que uma média e mais 70% que uma empresa pequena.

E, em projetos de investigação e desenvolvimento, entre 2016 e 2019 existiu uma média de investimento seis vezes mais alto, por parte das grandes empresas - quando comparado com o que foi feito pelas médias empresas.

Para o investigador responsável deste estudo, e pegando apenas em 1% das empresas em Portugal (todas as grandes e algumas médias) "é possível verificar que existe um contributo transversal: mais economia, mais emprego, mais Estado". "Este 1% de empresas representa 57% do VAB em Portugal, quase metade do salário, dois terços das contribuições para a Segurança Social. São também estas empresas que são integradoras de sistemas", frisou Bruno Damásio, explicando que são estas empresas que permitem ligar "Portugal ao mundo e fazer uma conexão com o futuro", antecipando-o.

O relatório analisou ainda a perspetiva de 150 médias empresas - dos setores mais produtivos - transitarem para grandes empresas e revela que nessa situação existiria um aumento de 5% na receita fiscal agregada e 3% nas exportações.

"Vimos, neste exercício, que 150 novas empresas representariam ganhos significativos na nossa economia. Imagine-se o impacto que não teriam mais 600 grandes empresas, que não só produziriam mais e criariam mais riqueza, como também pagariam melhores salários, proporcionaram maior bem-estar social e contribuiriam mais para o crescimento sustentável do país," apelou António Rios Amorim, vice-presidente da ABRP.

Por seu turno, o presidente da Bussiness Rountable Portugal garante que o caminho para o desenvolvimento de Portugal já começou a ser feito pela associação, com o apoio das 42 grandes empresas associadas e de outros parceiros.

"Em conjunto, temos trabalhado para desenvolver propostas de soluções para aqueles que são os principais desafios ao crescimento das empresas e do país: queremos mais pessoas qualificadas, mais crescimento e aumento da competitividade das empresas, e um Estado mais eficiente", declarou Vasco de Mello, garantindo o empenho da associação em apoiar o crescimento do nosso país.

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