Grandes marcas americanas querem calçado made in Portugal

APICCAPS pretende trazer a Portugal, em maio, 25 compradores dos EUA para conhecerem a indústria nacional.
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A grande ofensiva comercial do calçado português em terras do Tio Sam já começa a dar frutos. Se não, ainda, ao nível do aumento das exportações, pelo menos em termos de procura da indústria nacional pelas grandes marcas americanas, como a Ralph Lauren,a Rag & Bone ou a Tape, entre outras, que já cá produzem as suas coleções. Um movimento que a APICCAPS pretende reforçar, estando a organizar uma missão de importadores dos EUA a Portugal no mês de maio.

“Estimamos que entre 20 a 25 compradores americanos venham a Portugal. Vêm alguns retalhistas que nós consideramos relevantes, mas nós vamos trazer também responsáveis de grandes marcas americanas que consideram que Portugal pode ser um mercado muito interessante para a produção dos seus sapatos. E ainda existem várias marcas americanas de calçado de muita relevância”, diz o diretor de comunicação da associação do calçado, Paulo Gonçalves. E até há casos, como a Coach, que são lideradas por portugueses.

[frames-chart src="https://s.frames.news/cards/calcado-portugues/?locale=pt-PT&static" width="300px" id="901" slug="calcado-portugues" thumbnail-url="https://s.frames.news/cards/calcado-portugues/thumbnail?version=1546900324137&locale=pt-PT&publisher=www.dinheirovivo.pt" mce-placeholder="1"]O sector elegeu os Estados Unidos como a “prioridade estratégica” para a próxima década, onde pretende duplicar as exportações e atingir os 150 milhões de euros. Mas, este ano, a conjuntura internacional não ajudou e as exportações caíram 2,45% para 70,3 milhões de euros. “Um ano é muito pouco, este é um trabalho de longo prazo”, diz Luís Onofre, presidente da APICCAPS. A guerra comercial dos EUA com a China também não ajuda, sendo mais um fator de instabilidade a juntar aos efeitos do brexit e à retração económicas em mercados como o alemão e francês. “Resta-nos trabalhar muito a comunicação. Se os industriais demonstrarem que têm capacidade de reação ao mercado, a consolidação vira”, acredita Luís Onofre.

Paulo Gonçalves destaca a importância, ainda, de Portugal se mostrar, em força, na próxima edição da Magic, a feira de calçado de Las Vegas, onde, o verão passado, estiveram 18 empresas, mas que, nesta última edição, que decorreu a semana passada, já só teve seis participantes. “Gostaríamos muito de ter 10 a 15 empresas em agosto”, admite o diretor de comunicação da APICCAPS. Que aponta o destaque dado a Portugal pela revista norte-americana Footwear News na sua edição de fevereiro. “O facto de eleger Portugal como o grande destino de produção de calçado de gama média e alta e com grande qualidade ao nível do serviço também foi fundamental”, garante Paulo Gonçalves, sublinhando que os industriais “estão a fazer o seu trabalho de casa”.

*em Milão

A jornalista viajou a convite da APICCAPS

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