Greenvolt lança negócio dedicado a comunidades de energia e investe 7 milhões este ano

Para reforçar a transição energética é preciso "rentabilizar do ponto de vista energético os espaços já humanizados" e descentralizar a produção, defende o presidente da empresa, Manso Neto
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A Greenvolt lançou um negócio dedicado à criação e gestão de comunidades de energia, em que é produzida energia descentralizada através da instalação de painéis solares em telhados ou terrenos, projeto no qual investirá sete milhões de euros este ano.

Na apresentação hoje da empresa Energia Unida (que desenvolve esta área de negócio), o presidente da Greenvolt, Manso Neto (ex-líder da EDP Renováveis), disse que para reforçar a transição energética é preciso "rentabilizar do ponto de vista energético os espaços já humanizados" e descentralizar a produção.

De acordo com o gestor, a guerra na Ucrânia veio reforçar a necessidade de, "além da sustentabilidade económica e ambiental, reforçar a segurança energética e de fontes de abastecimento" e para isso considerou que é preciso ser mais ambicioso e ir além dos projetos renováveis tradicionais.

Sobre os objetivos do negócio, Manso Neto disse esperar que, em 2025, a produção descentralizada de energia represente no mínimo 5% a 10% do EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Greenvolt e que já em 2023 a operação da Energia Unida dê resultados positivos.

"Isto não é uma coisa engraçada, isto é negócio muito sustentável, sólido", afirmou Manso Neto, acrescentando que para este ano o investimento esperado da Energia Unidas é de sete milhões de euros.

Para o presidente executivo da Energia Unida, José Almeida, com as comunidades de energia (em que produtores e consumidores estão geograficamente próximos) "é possível ter acesso a energia limpa, barata e para todos".

A Energia Unidas diz que o cliente produtor (empresas, entidades públicas ou famílias) só necessita de ter espaço (telhados e/ou terrenos) e querer aderir à comunidade e a empresa trata de tudo, do financiamento, da burocracia, da instalação dos painéis e da criação e, posteriormente, da gestão da rede energética. Também podem fazer parte da comunidade energética clientes que sejam só consumidores, que não possam ser produtores.

O contacto com empresas (para que eventualmente adiram a comunidades) será feito diretamente pela Energia Unida, enquanto ao nível das famílias o principal ponto de contacto será o "site" da Energia Unida, onde cada pessoa se pode inscrever.

No seu "site", a Energia Unida tem um simulador para que o produtor de energia saiba quanto irá poupar na conta de energia e quanto pode receber ao partilhar a energia remanescente (que produz e não usa) com a comunidade.

Segundo José Almeida, os projetos serão diversos e podem ir de 50 kilowatts a 1,2 megawatts.

"O nosso portfolio será certamente constituído por projetos de diferente natureza", afirmou o presidente executivo da Energia Unida.

Os aderentes à comunidade não têm custo inicial e, segundo a Energia Unida, cada aderente à comunidade beneficia de energia abaixo do preço de mercado.

O aderente não terá de mudar de comercializador de energia. Quando a energia consumida na comunidade não é suficiente, o aderente da comunidade de energia consome a do seu comercializador de energia. O cliente passa a receber duas faturas, sendo a fatura da comunidade descontada automaticamente da conta do comercializador, segundo as explicações hoje dadas.

"Nós não eliminamos a exposição dos clientes ao mercado, mas reduzimos", disse Manso Neto na apresentação desta área de negócio da Greenvolt.

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