Greve da Carris: sindicatos falam em adesão de 70% a 80%

A adesão à greve dos trabalhadores da <strong>Carris</strong> está a ter uma adesão superior a <strong>80%</strong>, de acordo com fonte da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans). O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (SITRA) fala numa adesão que ronda os <strong>70%</strong>. Administração remete para mais tarde a avaliação.
Publicado a

Os trabalhadores da Carris, rodoviária que opera na Grande Lisboa, cumprem hoje uma greve de 24 horas contra a subconcessão da empresa, atualmente em concurso público, paralisação que teve início cerca das 22:00. Na sequência da convocação de serviços mínimos em tribunal arbitral, vão estar em funcionamento, em 50% do regime normal, as carreiras 703 (Charneca do Lumiar -- bairro de Santa Cruz) e 751 (Linda-a-Velha -- estação de Campolide), estando também ativo o serviço de transporte exclusivo de pessoas com mobilidade reduzida.

A paralisação foi convocada pelo Sitra, mas teve o acolhimento de outros sindicatos, como confirmou à agência Lusa a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans).

Em causa está, segundo o Sitra, "a privatização acelerada que o Governo quer fazer dos transportes na região de Lisboa e na região do Porto, afastando totalmente as autarquias, que são parte interessadíssima neste problema".

"Aberto que está e publicitado o diploma do concurso, os trabalhadores querem manifestar a sua revolta contra esta privatização, que entendem ser desnecessária, até porque irá servir muito pior as populações e os utentes que utilizam a Carris diariamente", declarou Sérgio Monte, do Sitra.

Os trabalhadores realizam um plenário durante a manhã de hoje na estação de Santo Amaro, onde oficialmente se localiza a sede da empresa. Entretanto, revelam que fizeram "a volta pelas estações todas -- Musgueira, Miraflores, Cabo Ruivo e Pontinha -- e neste momento posso dizer que estão muito próximo dos 70% os números da adesão", afirmou o dirigente sindical.

A Fectrans fala de uma "adesão nesta altura é superior a 80%. É uma grande jornada de afirmação dos trabalhadores da Carris contra o processo de destruição da empresa", disse à agência Lusa Manuel Leal, do sindicato que também representa os trabalhadores da Carris, a par do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (Sitra).

Para Manuel Leal, os números de adesão à greve refletem "uma grande greve contra os objetivos de privatização da empresa através a figura da subconcessão".

Contactada pela agência Lusa, a administração da empresa remete para mais tarde uma primeira análise relativa à greve dos trabalhadores. Na quinta-feira à tarde, a transportadora informou prever alguns reflexos da paralisação na circulação de autocarros, a partir das 22:00, na rede da madrugada.

Recorde-se que os trabalhadores da Carris, do Metropolitano de Lisboa, da Transtejo e da Soflusa (responsáveis pelas ligações fluviais no Tejo) anunciaram também a realização, a 22 de abril, em Lisboa, de uma marcha "contra a privatização" daquelas quatro empresas de transportes.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt