Guerra corta crescimento para 2,7% e quase duplica inflação na zona euro

A previsão da Comissão Europeia para a inflação da zona euro, que há apenas três meses estava em 3,5% (ano 2022), já vai em 6,1%.
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A guerra contra a Ucrânia começou a 24 de fevereiro e estes três meses bastaram para baixar de forma significativa a fasquia de crescimento da Europa em 2022. Em fevereiro, a retoma projetada pela Comissão Europeia (CE) para a zona euro estava em 4%; agora fica-se pelos 2,7%.

Em sentido contrário, a previsão da CE para a inflação da zona euro, que há apenas três meses estava em 3,5% (ano 2022), já vai em 6,1%.

Segundo as novas previsões da primavera da Comissão Europeia (CE), a economia europeia vai tornar a abrandar de forma visível este ano. Em 2021 tinha recuperado 5,4%, depois do colapso pandémico de 6,4% em 2020.

Mas a atual situação de guerra e a crise inflacionista vieram deitar as perspetivas mais favoráveis que existiam por terra.

"As perspetivas para a economia da União Europeia antes do início da guerra eram de expansão prolongada e robusta, mas a invasão russa da Ucrânia colocou novos desafios", observa a CE.

"Ao exercer novas pressões para a subida dos preços das matérias primas, causando novas ruturas nos fornecimentos e aumentando a incerteza, a guerra está a exacerbar ventos contrários ao crescimento".

Depois da recuperação da pandemia, o panorama apontava para uma expansão económica, mas isso parece ter sido interrompido.

Assim, a Comissão Europeia reviu em baixa as perspetivas de crescimento da UE e da zona euro e subiu as previsões relativas à inflação.

"Espera-se agora um crescimento real do produto interno bruto (PIB) de 2,7% em 2022 (na UE e na zona euro)", sendo que este depois ainda deve abrandar mais, para 2,3% em 2023.

Há três meses nas previsões de inverno, a CE previa uma expansão de 4% este ano (na UE e na zona euro).

Já a inflação subiu de tom, como se sabe. Muitas matérias primas alimentares já estavam caras antes do conflito na Ucrânia e em cima disso os preços da energia dispararam com a guerra.

"A inflação tem vindo a ganhar força desde o início de 2021", mas esta pressão tornou-se mais pronunciada nos últimos meses.

A inflação passou de 4,6% no último trimestre de 2021 para 6,1% no primeiro trimestre de 2022 e na zona euro atingiu os 7,5% em abril, "a taxa mais alta da História da união monetária".

Agora, a CE prevê que a inflação da zona do euro atinja 6,1% em 2022, podendo abrandar para 2,7% em 2023.

Mas no que respeita a 2022, "isto representa uma considerável revisão em alta" face à previsão avançada no inverno. Há três meses a inflação anual projetada era de 3,5%.

Bruxelas refere agora que "prevê-se que a inflação atinja um pico de 6,9% no segundo trimestre deste ano e que diminua gradualmente a partir daí".

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