Guindos, candidato único ao BCE, recebe luz verde do Eurogrupo

Até nem era o preferido do Parlamento Europeu, mas como o irlandês Philip Lane desistiu, ficou só o espanhol na corrida ao lugar de Constâncio.
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Depois da desistência do candidato irlandês ao cargo de vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), sobrou um único candidato, que até nem era o preferido do Parlamento Europeu (BCE): o ministro da Economia de Espanha, Luis de Guindos.

Este tem assim o total apoio de Mário Centeno e do Eurogrupo, diz uma nota do conselho dos ministros das Finanças da zona euro emitida esta segunda-feira.

Há minutos, o presidente do Eurogrupo e ministro das Finanças de Portugal, Centeno, revelou que "hoje vamos tratar de substituir Vítor Constâncio na vice-presidência do Banco Central Europeu".

"Tínhamos dois candidatos, fiquei a saber há uns minutos que o candidato irlandês já não estará como candidato, o que nos deixa Luis de Guindos como o candidato a vice-presidente do BCE", disse o português, em Bruxelas.

Parlamento Europeu gostava mais do irlandês

Recorde-se que na quinta-feira passada, a comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu considerou o candidato irlandês à vice-presidência do BCE, Philip Lane, "mais convincente" do que o espanhol, Luis de Guindos.

Agora, numa nota enviada aos jornais, o Eurogrupo confirma agora oficialmente que "apoiou hoje a candidatura de Luis de Guindos para o cargo de vice-presidente do BCE".

Acrescenta-se ainda que "a recomendação ao Conselho Europeu, composta pelos Chefes de Estado e de Governo, deve ser formalmente aprovada pelo Conselho em 20 de fevereiro. Nesta base, o Conselho Europeu solicitará opiniões tanto do Parlamento Europeu como do Conselho do BCE" e "prevê-se que adote a sua decisão final na reunião de 22-23 de março".

"O novo vice-presidente substituirá Vítor Constâncio a partir de 1 de junho de 2018 e terá um mandato não renovável de oito anos."

Donohoe sai do caminho de Guindos para não dificultar "consensos"

Segundo a Lusa, Centeno, sem aceitar questões de jornalistas, limitou-se a dizer que "o BCE tem uma importância muito grande para a Europa, é responsável pela estabilidade financeira, ou seja, influencia a vida de todos os cidadãos europeus, e portanto é um momento muito importante para a Europa".

Esta segunda-feira de manhã, também segundo a Lusa, soube-se que o ministro das Finanças irlandês abandonou a candidatura do governador do banco central irlandês, Philip Lane, à vice-presidência do BCE, deixado o caminho livre ao espanhol Luis de Guindos para suceder ao português Constâncio.

Paschal Donohoe, o líder das Finanças irlandesas, disse que "há algumas semanas nomeei Philip Lane para o cargo de vice-presidente do BCE", mas agora "confirmo que não vamos apresentar esta candidatura na votação desta tarde", declarou à porta do Conselho, antes da reunião de ministros das Finanças da zona euro,

Donohoe justificou este recuou com o facto de "dada a importância do cargo, ser importante a decisão ser tomada por consenso", evitando-se assim uma divisão na votação de hoje.

Um dos imbróglios com Guindos era, por exemplo, o facto de os socialistas espanhóis (Guindos é do PP, direita) não querem apoiar a sua candidatura.

(atualizado às 17h00)

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