Gulbenkian vai mapear ecossistemas marinhos e costeiros em Portugal

Projeto Gulbenkian Carbono Azul pretende proteger ecossistemas e restaurá-los através de várias intervenções. O investimento no carbono azul é para conservar e restaurar os habitats marinhos e costeiros e combater a crise climática.
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A Fundação Calouste Gulbenkian, instituição portuguesa de várias áreas como a ciência e as artes, lança um projeto que vai mapear todos os ecossistemas marinhos e costeiros a nível nacional "com potencial para sequestrar dióxido de carbono da atmosfera em quantidades superiores às das florestas", avança a instituição em comunicado. O chamado Gulbenkian Carbono Azul conta com várias intervenções, de modo a proteger os ecossistemas e a restaurá-los.

Apesar de não revelarem o valor do investimento, a Gulbenkian compromete-se e "fará o primeiro investimento nesta carteira nacional de carbono azul". Além de haver um arranque por parte da Fundação, as empresas e outros agentes económicos podem investir em carbono azul no país, e também "recorrer para compensar a sua pegada carbónica", explica a Fundação.

No mapeamento, de norte a sul do país, os ecossistemas vão estar caracterizados pela sua localização, dimensão e condição em que se encontram, taxa anual de sequestro de carbono, entre outras singularidades, para que as medidas de proteção sejam mais adequadas. O objetivo, ao averiguar como se encontram os ecossistemas, é aumentar o investimento na conservação e restauro ecológico destes habitats marinhos e costeiros, para o combate da crise climática e para proteger a biodiversidade.

O primeiro investimento vai financiar um projeto-piloto de conservação ou restauro numa destas áreas marinhas, "de forma a compensar o volume da pegada carbónica não mitigável da Fundação em 2021", lê-se na mesma nota. A pegada atingiu o valor de 2238 toneladas de dióxido de carbono, incluindo as emissões de gases de efeito estufa provenientes da eletricidade ou calor adquiridos e consumidos.

O Gulbenkian Carbono Azul vai atuar como impulsionador do mercado de carbono azul em Portugal, tendo prevista a construção de uma rede de potenciais financiadores, neste caso empresas, interessados em apoiar estes projetos, para dar um salto no seu crescimento.

Este projeto vai ter voz ativa na Conferência do Oceano das Nações Unidas, a iniciar no dia 27 de junho e até 1 de julho, na capital lusa, no auditório do Fórum Oceano no Pavilhão de Portugal.

Segundo a Gulbenkian, o carbono azul caracteriza-se pela quantidade de dióxido de carbono removido da atmosfera por meio dos ecossistemas e assim reduzir o impacto dos gases de efeito de estufa na atmosfera.

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