Há 600 mil portugueses a praticar exercício físico

Para atrair mais praticantes, setor defende o abate de parte das despesas na declaração de IRS
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Portugal tem atualmente mais de 593 mil pessoas a praticar exercício físico, número ainda longe do objetivo de um milhão que o setor do fitness ambiciona atingir até 2021, mas que comprova um aumento de 60 mil praticantes no último ano.

Os dados do Barómetro do Fitness em Portugal 2018, da responsabilidade da AGAP/Portugal Ativo e do Centro de Estudos Económicos e Institucionais da Universidade Autónoma de Lisboa, vêm assim provar que os portugueses começam a reconhecer os benefícios do exercício físico na saúde e estão a responder ao repto das campanhas que vão proliferando nos meios de comunicação.

Embora satisfeito com o incremento do número de praticantes, José Carlos Reis, presidente da AGAP/Portugal Ativo, frisa que Portugal está ainda muito longe da média da Europa. A taxa de penetração passou de 5,3% para 5,9%, bastante distante dos 10% nos outros países europeus, diz. A título de exemplo, aponta a vizinha Espanha, onde a prática de desporto está a registar um elevado crescimento, que tem uma taxa de adesão da população de 13%.

“O nosso objetivo é ter um ginásio a cada esquina”, sublinha o responsável. A justificação é clara: “92% das pessoas inscritas ou vivem ou trabalham nas proximidades dos ginásios”.

Poupar ao SNS

José Carlos Reis lembra que o país assiste também à entrada de uma nova vaga nos clubes de fitness. Há mais crianças, idosos e pessoas com problemas de saúde, desde oncológicos, cardíacos ou de obesidade. Neste capítulo, frisa que há vários estudos internacionais que defendem que 1€ investido na prática de exercício traduz uma poupança no Serviço Nacional de Saúde (SNS) de 3 a 5€.

No mês passado, a AGAP/Portugal Ativo levou um conjunto de especialistas à Assembleia da República numa ação de sensibilização para as vantagens do exercício e do seu valor económico. Na ocasião, aproveitando o momento em que os partidos estão a redigir os programas eleitorais, a associação defendeu a dedução das despesas com health clubs em sede de IRS (na Alemanha está estipulado um teto de 460€ anuais), benefícios em IRC para as empresas que têm ginásios nas suas instalações ou que subsidiam as quotas dos empregados, e a redução da taxa do IVA para os operadores, atualmente no teto máximo de 23%.

RETRATO DO FITNESS EM PORTUGAL

81% da oferta é urbana

Os clubes de fitness acompanham a tendência da concentração populacional nas cidades. As principais zonas urbanas do país concentram 81% da oferta de ginásios. A Região de Lisboa responde por 32% da oferta. As grandes cadeias são predominantes nas áreas urbanas e têm reforçado as suas posições.

Um milhão

Em 2021, a AGAP/Portugal Ativo quer que existam no país um milhão de praticantes de exercício físico. Uma meta ambiciosa, tendo em conta que atualmente contabilizam-se menos de 593 mil desportistas em Portugal, isto é, 5,9% da população. Em Espanha, 13% dos habitantes praticam exercício.

Mulheres em força

São as mulheres que mais praticam exercício físico em ginásios. Segundo o Barómetro do Fitness 2018, as mulheres representam 53% dos sócios inscritos em ginásios. Em termos etários, o escalão entre os 31 e 64 anos predomina, com um peso de 46%. Segue-se a faixa dos 16 a 30 anos, com 29%. As crianças e jovens até aos 16 anos valem 13%.

40 euros por mês

A mensalidade média para frequentar um ginásio rondou, no ano passado, os 39,96 euros. O valor mínimo médio foi de 28,62 euros e o máximo de 68,72 euros. A grande maioria dos ginásios portugueses opera no segmento médio (69%). Os clubes low-cost representam 23% e os premium 8%.

Luxo retém mais

Os clubes premium são os que registam uma menor rotação de sócios. Estes health clubs conseguem reter dois em cada três sócios. Já os low-cost só conseguem manter um em cada quatro. Os de segmento médio retêm quatro em cada 11 sócios.

22 mil empregos

Os 1100 ginásios que existem em Portugal são responsáveis por perto de 22 mil postos de trabalho. As estimativas apontam para a existência de mais de 12 800 instrutores e de nove mil membros do staff.

264 milhões

O setor dos health clubs regista uma faturação anual da ordem dos 264 milhões de euros. A grande fatia é obtida pelos ginásios inseridos numa cadeia e entre os clubes que operam nos segmentos mais elevados de mercado. Para 2019, as previsões apontam para um crescimento no volume de negócios.

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