Häagen Dazs. Da garagem no Restelo à Baixa lisboeta

A marca de gelados nascida no Bronx, em Nova Iorque, nos anos 1960, tem na mira os millennials. Deverá faturar dez milhões de euros neste ano.
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É um negócio alimentar, mas começou numa garagem no Restelo há 25 anos. Tantos quantos os que a Häagen-Dazs tem no mercado nacional. Hoje a marca tem 13 lojas, vende por ano uma média de 2,7 milhões de bolas de gelado e embalagens e prepara-se para regressar à Baixa de Lisboa.

“Voltamos a ter loja na Baixa, para abrir no verão do próximo ano”, adianta Miguel Poppe, um dos três regional developers da Häagen-Dazs para Portugal, juntamente com António Vieira de Almeida e Pedro van Zeller. Na loja de take out (com 55 metros quadrados e esplanada com capacidade para 30 lugares sentados) vão investir cerca de 250 mil euros. Será a terceira loja de rua da marca, juntando-se à da Rua das Flores (Porto) e à de Vilamoura, “um fenómeno extraordinário de vendas”.

Há grandes expectativas para o regresso ao centro de Lisboa. “A loja que vamos abrir na Baixa pode significar por si só um crescimento muito significativo, poderá ser a primeira ou a segunda loja em termos de faturação”, diz António Vieira de Almeida. “Estamos com crescimentos de cerca de 11% a 12% e esperamos vender neste ano cerca de dez milhões de euros”, continua. “Nos próximos anos teremos crescimentos confortáveis acima dos 7% a 8%”, acredita.

“Queremos crescer tanto quanto pudermos, mas sem comprometer o posicionamento e os valores da marca. Não faz sentido abrir lojas por abrir”, continua, sem adiantar um número de potenciais futuras aberturas. Mas a empresa recusa uma expansão por via de franchising. “A Häagen-Dazs é uma marca premium, não queremos que haja incongruência na oferta e achamos que isso não é possível com uma rede de franquiados alargada.”

Público-alvo: millennials

Na Europa, a operação portuguesa é há cinco anos consecutivos considerada a melhor. “Somos quase um case study na Europa, de tal forma que os franqueados de outros países vêm cá estagiar para aprender as melhores práticas”, diz António Vieira de Almeida. Há dois meses foram convidados para o Reuben’s Council, sendo um dos poucos franqueados a nível mundial que aconselham a marca ao nível da comercialização do produto e relacionamento com o cliente.

O capital investido na loja na Baixa faz parte de um orçamento de cerca de 720 mil euros que os empresários vão alocar à rede de lojas e sua remodelação para refletir o novo posicionamento da marca criada no Bronx, em Nova Iorque, nos anos 1960. “A marca posicionava-se num segmento alto e feminino, e com o novo conceito queremos atingir um público mais novo, os millennials. É uma renovação que refresca a imagem da marca”, diz Pedro van Zeller.

A mudança de imagem passa pela rede de lojas - as do Vasco da Gama e Cascais já foram remodeladas, até ao final do ano segue-se Amoreiras e no arranque do próximo Colombo, NorteShopping e Gaia -, mas também pelas embalagens, tendo a marca convidado 14 designers para criar as imagens para 46 sabores.

Os empresários detêm o exclusivo da marca para Portugal, tendo ainda em mãos a área de distribuição. “Penso que é o único país onde isso existe”, comenta Pedro van Zeller. Hoje estão em 1600 pontos de venda, incluindo em cadeias como o Continente ou o Pingo Doce - com quem fazem ações especiais, distribuindo por exemplo sabores específicos, como o Jasmine Rasperry ou o Orange Blossom - número que podem “dobrar em quatro ou cinco anos”.

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