“Haverá sempre espaço para veículos a combustão, com combustíveis mais limpos”

O cofundador da Powerdot em Portugal acredita que o país está no bom caminho na mobilidade elétrica, e que haverá capacidade em termos de infraestrutura para suportar o crescimento, mas que é preciso mais investimento.
“Haverá sempre espaço para veículos a combustão, com combustíveis mais limpos”
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O general manager em Portugal da Powerdot considera que o futuro da mobilidade é elétrico, mas não descarta um “papel inovador” nos veículos a combustão, através de combustíveis mais limpos. Para José Sacadura, “a Powerdot também privilegia cada vez mais energias limpas, no que toca à disponibilização da sua energia. Portanto, há aqui uma descarbonização muito concreta no que toca ao setor da mobilidade elétrica quando a Powerdot atua”.

Vencedores do prémio de empreendedorismo da Startup Lisboa, o Prémio João Vasconcelos, um dos mais importantes atribuídos em Portugal, a Powerdot é um dos operadores de pontos de carregamento com crescimento mais acelerado da Europa. Já atraiu mais de 465 milhões de euros de investimento, metade dos quais só neste ano. Com operações em Portugal, Espanha, França, Bélgica e Polónia, a startup portuguesa opera mais de oito mil pontos de carregamento e mais de 1600 locais, e tem mais de 15 mil pontos de carregamento contratados em cerca de 2700 locais.

Como vê o futuro da mobilidade elétrica em Portugal e que incentivos considera necessários para acelerar a adoção?

Vejo um futuro muito promissor. Aliás, vejo já um presente muito entusiasmante. Portugal tem sido, digamos, um bom aluno no que toca à adoção dos veículos elétricos e da mobilidade elétrica no geral e, por isso, podemos considerar que estamos de parabéns. O futuro vai permitir que mais pessoas, o mass market, comece a adotar cada vez mais os veículos elétricos. Já não é necessário que sejam apenas os early adopters que puxem para a frente a mobilidade elétrica. Já vemos que muita gente começa cada vez mais a ter no seu pensamento que o seu próximo veículo será elétrico e, para que isso aconteça, é necessário, então, que haja infraestrutura de carregamento. E aqui é onde entra a PowerDot, que é um operador que investe, instala e opera pontos de carregamento em espaços de acesso público, nomeadamente espaços onde as pessoas frequentemente utilizam para usufruir de algum serviço, ou irem a um restaurante, ou irem às compras, ou irem ao cinema. Portanto, é muito este o mindset da PowerDot. Qualquer parque de estacionamento que tenha acessibilidade pública é uma oportunidade para se colocar esta infraestrutura, porque enquanto podemos estar a carregar, podemos estar a fazer outras coisas ao mesmo tempo.

Quando é que vamos ter uma tecnologia que nos permita, por exemplo, nas áreas de serviço, em que a necessidade de um carregamento mais rápido é fundamental, conseguir carregar o carro num ápice?

Nos últimos anos tem existido uma grande evolução no que toca à tecnologia da infraestrutura de carregamento, exatamente nesses pontos de autoestrada, em rotas importantes do país, para as pessoas irem do ponto A ao ponto B no menor tempo possível. Essa infraestrutura de carregamento ultra rápida é uma realidade que já acontece em Portugal há três anos, e tem-se feito um grande esforço por parte de muitos operadores e também de algumas entidades que gerem a nossa rodovia para poderem ter estes pontos de carregamento ultra rápido nesses locais. O que é que isto permite? Que eu vá do ponto A ao ponto B, normalmente falamos sempre de Lisboa ao Porto, ou Lisboa ao Algarve, e que possa parar cerca de 10 minutos. E o que é que são 10 minutos hoje em dia? É entrar, pôr o carro a carregar, entrar na estação, beber um café, ir à casa de banho. Quando muito, se calhar, sento-me no carro um bocadinho e descanso, vejo um e-mail e sigo viagem. Em 10-15 minutos, injeto uma grande quantidade de energia na minha bateria que chega perfeitamente para chegar ao meu ponto destino, falando aqui especificamente da realidade portuguesa.

O papel da PowerDot também é de sensibilização dos consumidores e dos setores industriais para a mobilidade elétrica. Têm-no feito?

Sim, trabalhamos muito com os nossos clientes finais para, nas plataformas onde interagem também connosco, lhes explicar como é que se carrega efetivamente um carro, qual é a melhor forma, qual é a forma mais eficiente. Hoje em dia precisamos de planear cada vez menos [a viagem], vai havendo cada vez mais redundância nos sítios onde quer carregar. Há 3 ou 4 anos, para fazer uma viagem tinha que planear ao detalhe, tinha que garantir que se calhar aquele ponto ia estar disponível para carregar. Hoje há cada vez mais redundância, há cada vez mais oferta e as pessoas rapidamente podem carregar o seu carro e não têm de ficar tanto tempo à espera. Claro que há épocas mais altas, digamos as épocas sazonais, onde por vezes as autoestradas podem ficar, como muitas vezes...

Como naquelas imagens que víamos dos postos de carregamento da Tesla, com filas enormes, a caminho do Algarve no verão...

Exatamente, e por isso é necessário então que haja este investimento na infraestrutura para que, nessas alturas, deixe de haver essa preocupação de agora quanto tempo é que vou ficar aqui, tenho crianças atrás, tenho de chegar àquele sítio às X horas. As pessoas vão começando cada vez mais, se calhar, a não carregar especificamente nas autoestradas, a fazer um desvio de 2 ou 3 minutos na saída da autoestrada e se calhar aí já existe outros pontos de carregamento.

Menos saturados.

Menos saturados e ultra rápidos. Há aqui um planeamento que é preciso fazer, como é óbvio, mas a tendência é que deixe de ser necessário. É nisso que acreditamos, é isso que a Powerdot também quer comunicar.

Há aqui uma questão fundamental que tem a ver com a capacidade da rede. Com o número crescente de veículos elétricos e da utilização da rede, também é necessário aumentar o número de postos e é necessário que as potências sejam mais elevadas. Podemos vir a assistir a uma limitação da rede de alguma forma?

Eu responderia que se isto fosse de hoje para amanhã, sim, haveria limitação. Mas as coisas são feitas de forma faseada, pensada, estruturada. A infraestrutura não aparece de um dia para o outro. Há aqui capacidade também dos operadores de rede, em Portugal Continental e nas ilhas, poderem começar a pensar em formas de ter uma eficiência grande no que toca à capacidade da rede. Já se ouve falar muito também de baterias, onde se pode armazenar também energia e depois em horas de pico e horas de menos intensidade poder também usar essas baterias. Existe também a tecnologia para os carros poderem ser eles próprios uma fonte de energia e poderem injetar na rede quando é preciso. Portanto, haverá capacidade, é preciso é que haja investimento. Acredito que estamos preparados, isto tem sido uma forma faseada, estamos num bom caminho e acredito que haverá capacidade para esta infraestrutura.

Como é a gestão das políticas públicas da rede neste momento na resposta a estas necessidades?

Quando começámos a PowerDot, há cerca de seis anos, era tudo muito mais difícil, era um mercado ainda muito embrionário e estávamos a tocar em setores como infraestrutura, como eletricidade, domínio público, muitas vezes tínhamos que pôr carregadores em espaço público, e portanto estávamos aqui envolvidos, não quero dizer numa embrulhada, mas com muitas entidades envolvidas para podermos instalar e operar a infraestrutura. Depois passámos por uma fase de Covid-19, em que aí as coisas realmente também sofreram um pequeno atraso. Hoje, já há uma maior sensibilização por parte de todos os stakeholders, destas entidades que fazem parte do ecossistema, nomeadamente as entidades públicas, que têm uma palavra a dizer no que toca à mobilidade elétrica, para realmente direcionar e desburocratizar o mais possível a implementação da infraestrutura. Existe também uma associação de operadores e comercializadores de energia da mobilidade elétrica que tem feito também um trabalho notável junto das várias entidades para se fazer mostrar o que seria uma eficiência no que toca aos processos de instalação e operação. Portanto, passo a passo, acredito que começamos cada vez mais a melhorar todo este processo que muitas vezes se torna burocrático, mas começamos a libertar aqui algumas burocracias, algumas pendências para acelerar ainda mais isto rapidamente.

No que diz respeito à instalação de pontos de carregamento, são muitos os concorrentes que existem hoje no mercado. Como avalia esse crescimento?

É um bom sinal saber que não estamos sozinhos neste negócio, que há players cada vez mais interessados na mobilidade elétrica. Observo também estes players que entram no mercado como agentes que querem criar uma rede e ao criar essa rede, mais pessoas vão aderir à mobilidade elétrica. Estas empresas que começam a entrar cada vez mais aqui no nosso mercado, vêm trazer esse benefício de fazer aumentar a rede existente.

Como é que a Powerdot avalia o futuro dos carregamentos em termos de eficiência e acessibilidade?

Sabemos que a tecnologia de carregamento elétrico é bastante eficiente, acima de 80% na eficiência do que toca à utilização da energia usada para o carro, ao contrário de outro tipo de combustíveis. E aquilo que é o mindset da Powerdot é adaptar em função do use case de cada local. Não preciso ter um carregador ultra, mega, hiper rápido num centro comercial ou num supermercado ou num hospital…

Onde há tempo para carregar.

Exatamente. Também é ineficiente porque o que é necessário é que haja, nesses espaços onde as pessoas passam mais tempo, imaginemos 30 minutos, uma hora, uma hora e meia, o que se tem de dar é a possibilidade às pessoas de poderem carregar no tempo de permanência médio nesse tipo de espaços. Portanto, a mim não me interessa carregar muito, muito rápido nesse tipo de espaço. É isso que a Powerdot quer fazer e tem continuado a fazer. Portanto, trabalhamos em parceria com os nossos parceiros, digamos assim, para saber efetivamente quem é o cliente do seu espaço.

Quais é que são os setores mais importantes para estas parcerias?

Um dos setores mais importantes tem sido a área do retalho. O setor do retalho é bastante importante porque tem muita rotatividade nos parques de estacionamento, é um setor onde as pessoas vão regularmente, todas as semanas, onde param o seu carro e vão efetuar compras ou vão passear dentro de um centro comercial. Portanto, é essencial que tenha cada vez mais oferta no que toca aos veículos elétricos. E depois há outras coisas que se pode fazer também, que a Powerdot tem trabalhado, como parcerias de retalho, fazendo, por exemplo, um carregando aqui, pode ter X desconto, para dar benefícios aos clientes, para lhes dar uma melhor experiência de carregamento e para dar uma grande experiência aos nossos parceiros, o centro comercial, o supermercado e hipermercado, neste caso falando do retalho.

Quais são as metas da Powerdot para expandir a infraestrutura de carregamento no próximo ano?

No mais curto espaço de tempo ainda, o nosso objetivo para o final deste ano é chegarmos aos cerca de 10 mil pontos de carregamento instalados em operação a nível europeu. E o nosso objetivo para o próximo ano será cerca de 15 mil pontos de carregamento em operação nestes diferentes mercados da Europa: Portugal, França, Espanha, Polónia e Bélgica.

França tem um papel muito importante para vocês, vai ser a geografia onde vão fazer maior investimento.

Sim. Essencialmente, França é um país muito grande, tem uma grande oportunidade no que toca, por exemplo, ao setor do retalho. Tem muitas zonas de retalho. Tem cidades muito grandes, com muita população. Tem tido uma adoção muito interessante também no que toca à mobilidade elétrica e, portanto, é, sem dúvida, um mercado onde a Powerdot opera e quer investir mais. Temos também uma excelente equipa a trabalhar em França que, por exemplo, este ano superou grandes operadores como a Tesla e a Total, que são realmente gigantes nesta indústria da mobilidade. E somos hoje em dia, em França, o maior operador de pontos de carregamento rápido e ultrarápido.

Como é que se contribui para a descarbonização através desta rede que é criada de carregadores?

Fornecendo esta infraestrutura para as pessoas poderem carregar o seu veículo elétrico, há sempre um custo-oportunidade em que a pessoa estaria, se calhar, com um carro a combustão. E sabemos que, hoje em dia, o setor automóvel, o setor de transportes, digamos assim, representa cerca de 20% a 30% das emissões de CO2. A Powerdot, diretamente, tem contribuído para que haja mais carregamentos na sua rede e, no geral, para que as pessoas, quando vão a um sítio, vejam o carregador da Powerdot e pensem ‘o meu próximo carro pode ser um carro elétrico porque neste supermercado onde eu vou já posso carregar o meu carro’.

A Powerdot quer ser um influenciador.

Exatamente, queremos ser influenciadores. Depois, a Powerdot também privilegia cada vez mais energias limpas, no que toca à disponibilização da sua energia. Portanto, há aqui uma descarbonização muito concreta no que toca ao setor da mobilidade elétrica quando a Powerdot atua.

Mas se falarmos do setor dos transportes, que é um grande poluidor, com os pesados, alguns de longa distância, há uma dificuldade maior da utilização da mobilidade elétrica. Como estão perante os desafios que traz este setor?

A estratégia da Powerdot passa muito por investir, instalar e operar. Encontrar os melhores sítios para fazer esse investimento, sítios onde as pessoas realmente vão e passam o seu tempo. Os transportes pesados são um setor que temos de começar a perceber como é que a Powerdot poderia posicionar-se também. Normalmente estamos só aqui, digamos, nos automóveis ligeiros, do dia a dia, os cidadinos.

Falamos aqui de tecnologia que permite o carregamento de uma forma estática, ou seja, o carro está parado e durante aquele tempo está a carregar. Vocês estão à procura de soluções tecnológicas que levem a que o carregamento possa ser feito em movimento?

É uma pergunta muito interessante. Nós falamos desses temas muitas vezes em fóruns que temos de geração de ideias e realmente já começamos a perceber que há alguns pilotos a serem feitos no que toca ao carregamento por indução, e grandes vias e autoestradas que podem ter esse carregamento. Acho que é uma realidade ainda um pouco distante. Envolve uma quantidade enorme de investimento. Imaginamos agora que temos que rasgar todas as autoestradas para pôr toda essa infraestrutura de carregamento. Mas pode ser uma perspetiva interessante de se começar a analisar e a tocar nesse ponto.

Qual é a importância da inovação tecnológica para o sucesso de uma empresa como a vossa no mercado competitivo como é este do carregamento elétrico?

A inovação dentro da PowerDot tem um papel muito central. Inovação tecnológica, inovação na forma da construção da nossa empresa, no comportamento organizacional. Mas falando especificamente da inovação tecnológica, temos equipas constantemente a olhar para a forma de como otimizar carregamentos, de como dar uma melhor experiência ao utilizador no que toca ao carregamento. A PowerDot quer cada vez mais tornar a experiência o mais simples e eficiente possível. Por exemplo, desenvolvemos uma tecnologia onde transformamos o nosso carro num método de pagamento. O famoso AutoCharge. Temos feito isso em parceria com a Miio, que é uma empresa e uma startup na área da mobilidade elétrica.

Se conseguirem diminuir o processo de pagamento vão diminuir também o tempo de utilização de cada posto, o que permite que mais pessoas possam utilizar.

Exatamente. Esta é também a filosofia para tentar acelerar estes processos, além de que há um controle digital daquilo que é o pagamento.

Que outras inovações?

Há outras tecnologias que se podem também implementar, que começamos a observar. Por exemplo, aqui há algum tipo de eficiência no que toca também ao balanceamento das cargas, quando há vários postos a carregar, como é que podemos tornar, imaginemos um hub de carregamento, poder privilegiar, se calhar, algum tipo de utilizador que precise mais da bateria ou que tenha a bateria menos cheia e outro que tenha a bateria mais cheia. Portanto, há aqui alguma inteligência também por trás que pode ser implementada. Como eu disse há pouco, também integrar o carregamento na experiência do retalhista, por exemplo, isso acho que também vai ser cada vez mais importante para também atrair e reter mais clientes.

Qual é o investimento que vocês vão fazer no próximo ano e qual foi o investimento que fizeram este ano e que retorno tiveram com isso?

Olhando para este ano, fizemos um levantamento de 100 milhões em capital com os nossos investidores iniciais, no princípio do ano. Conseguimos também agora um Green Financing de 165 milhões com várias instituições financeiras. Isto vem, não só dar confiança à Powerdot, mas, no geral, dar confiança ao setor da mobilidade elétrica.

Significa também que mais de metade do vosso investimento foi feito este ano.

Exatamente, grande parte do investimento foi feito só num ano. Digamos que é um ano de uma grande consolidação no que toca à nossa operação e à grande confiança que os nossos investidores têm, sejam eles de capital, sejam eles das instituições financeiras. Temos agora aqui uma possibilidade de expandir cada vez mais a nossa infraestrutura, nos vários países onde operamos, fazer crescer também a nossa equipa com decisões estratégicas que possam dar um contributo para a inovação, para nos podemos também diferenciar naquilo que está a acontecer na mobilidade elétrica e apostar na tecnologia.

O que é que se pode esperar, então, para 2025?

Queremos implementar o AutoCharge em Portugal. Atualmente, o ecossistema português é um pouco diferente dos outros países. Temos aqui uma realidade, que é a MobiE, que tem as suas vantagens e os seus desafios, e um dos desafios que encontrámos era, exatamente, não conseguirmos implementar logo e diretamente esta tecnologia do AutoCharge aqui em Portugal. Felizmente, as barreiras já estão praticamente ultrapassadas e vamos conseguir, se calhar ainda este ano, implementar essa tecnologia, que já está implementada também noutros mercados onde a Powerdot opera.

Como funciona o AutoCharge?

O AutoCharge é o primeiro setup que eu faço com o meu carro, associo o carro numa aplicação e depois, sempre que vou carregar o carro, se eu meter a tomada, ele inicia o carregamento automaticamente porque sabe exatamente o que é que está associado àquele carro, e associa-o a algum método de pagamento.

O que é que vai acontecer ao carro com motor de combustão?

Acho que vai permanecer por muito tempo. Há uma diretiva europeia que, a partir de 2035, se deixe de comercializar veículos a combustão. Acho que os veículos a combustão podem ter aqui um papel inovador no que toca, se calhar, a alguns combustíveis mais limpos ainda. Portanto, poderão continuar, não é? Mas tem que ter aqui também certas regras, se calhar, no que toca à eficiência e à limpeza dos seus gases mais poluentes. Se calhar, há aqui alguns setores no setor automóvel que podem continuar a existir, mas, tendencialmente, acredito eu que será mais elétrico. Não sei quando é que vai acontecer, superar os veículos a combustão, mas estamos num caminho para isso. Eu acredito que o futuro é elétrico e o presente já está a ser cada vez mais elétrico e a Powerdot tem feito um contributo bastante interessante com esta infraestrutura.

Seria desejável que, de repente, passássemos todos a utilizar veículos elétricos?

Eu acho que do dia para a noite não, por causa da questão da disponibilidade da rede. Mas, no geral, porque não? Se houver sítio onde carregar, se houver redes de carregamento onde as pessoas facilmente chegam e não têm que se preocupar assim tanto. Há uma capilaridade muito grande na eletricidade, não é? Tanto tenho em casa, posso ter no escritório, como posso ter na rua, etc. Portanto, havendo esta capilaridade grande, uma pessoa pode carregar em qualquer lado. Agora, é preciso é que estas mentalidades mudem, que o ecossistema esteja todo muito para aí virado. Claro, e haverá sempre espaço para veículos a combustão, desde que tenham, se calhar, uma maior eficiência no que toque a serem combustíveis mais limpos. Mas o elétrico tem uma eficiência brutal e acredito que o futuro será elétrico.

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