Hawking: A Inteligência Artificial pode matar-nos sem querer

Controlar os instintos agressivos da Humanidade e criar "uma espécie de governo mundial" será a solução para a sobrevivência, diz o físico.
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Se a tecnologia não for controlada pode destruir a espécie humana, alerta o físico teórico Stephen Hawking, em entrevista ao The Times. Teremos de aprender a controlar os nossos institutos agressivos e criar uma "espécie de governo mundial" para garantirmos a sobrevivência face ao progresso da Inteligência Artificial (IA), que pode matar-nos "sem querer", aconselhou.

"Desde o início da civilização que a agressividade tem sido útil na medida em que tem vantagens inegáveis para a sobrevivência", analisa o cientista mais famoso do Mundo. "Ficou marcada nos nossos genes pela evolução Darwiniana. Agora, todavia, a tecnologia avançou tão depressa que essa agressividade pode destruir-nos numa guerra biológica ou nuclear. Precisamos controlar este instinto herdado com a nossa lógica e a razão", explicou, sugerindo que "uma espécie de governo mundial" poderia ser a solução.

"[Tal governo mundial] poderá transformar-se numa tirania", acrescentou. "Tudo isto pode soar um pouco apocalíptico, mas sou um otimista. Acho que a espécie humana vai estar à altura destes desafios", rematou, sendo Hawking um exemplo de superação, depois de o diagnóstico de esclerose lateral amiotrófica, aos 21 anos de idade, lhe ter dado uma previsão de poucos anos de vida. Há dias, o físico comemorou o 75º aniversário.

Não é a primeira vez que Stephen Hawking alerta para os perigos da mais recente tecnologia. Em 2015, disse que a IA poderia tornar-se tão poderosa que seria capaz de nos matar a todos, por acidente. "O risco com a IA não é a malícia, mas a competência", afirmou. "Uma IA super-inteligente será extremamente boa a atingir os seus objetivos e se estes não estiverem alinhados com os nossos, teremos problemas", explicou, dando um exemplo: "Se estivesse responsável por um projeto ecológico hidroelétrico que implicasse a inundação de uma colónia de formigas, seria uma pena para as formigas. Não deixemos colocar a humanidade no lugar das formigas".

Já o CEO da Tesla, Elon Musk, alertou para o mesmo perigo, considerando que a humanidade, com o tempo, poderá tornar-se irrelevante.

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