Home Sweet Sushi. Seis lojas, uma equipa de 150 e 4,5 milhões de faturação

Home Sweet Sushi assume-se líder no setor do delivery, e atribui à qualidade dos seus produtos, sustentabilidade e inovação contínua, o segredo do sucesso.
Home Sweet Sushi. Seis lojas, uma equipa de 150 e 4,5 milhões de faturação
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A Home Sweet Sushi celebra este ano uma década de existência com valores de faturação crescentes e planos ambiciosos para o futuro. Fundada em 2014 por Vasco Correia, Pedro Martins e Frederico Cruz, a empresa viu a luz do dia numa pequena loja em Benfica, com apenas 20 metros quadrados, numa altura em que o mercado de entregas de sushi em Portugal era inexistente. No entanto, e apesar de o contexto económico ser adverso - já que Portugal ainda enfrentava os efeitos da presença da Troika, que trouxe austeridade e elevadas taxas de desemprego - os três sócios decidiram arriscar.

Vasco Correia explica como tudo começou: “Eu desenvolvi o meu interesse pelo sushi desde que cheguei de Macau. Vivi lá 11 anos da minha vida e viajei por muitas partes da Ásia. Decidi começar a aprender a fazer sushi sozinho e, na altura, havia uma escassez neste mercado de delivery. Só havia pizzas e frangos. Então, achei que ia ser um bom negócio entregar sushi, numas caixinhas em casa das pessoas”. Por seu turno, Frederico Cruz relembra que a sua amizade com Vasco começou na adolescência e quando a ideia para entregar sushi em casa dos portugueses despontou na imaginação do amigo, os dois começaram a passar os serões a ver o Shark Tank e a falar de negócios. “Na altura, a ideia do empreendedorismo estava muito presente, porque o país já tinha passado o pior da Troika, mas ainda existia quase uma missão nacional”, diz Frederico Cruz.

Depois da ideia assente e convencidos do potencial, e já com Pedro Martins no projeto, abriram a primeira loja com recursos limitados, mas com grande ambição.

O início foi marcado por criatividade e trabalho árduo, com os três fundadores a desempenharem múltiplas funções. Pedro Martins relembra que tratava da operação no terreno, “o Vasco da cozinha e o Frederico da parte financeira”. “Lembro-me que, no primeiro mês, às oito da noite já estávamos esgotados. Não conseguíamos dar resposta”. Este rápido crescimento levou à mudança para uma loja maior, apenas seis meses depois de abrirem portas.

Hoje, a Home Sweet Sushi assume-se como líder no mercado de entrega de sushi em Portugal, com seis lojas em Lisboa, Porto e Almada. Brevemente a empresa abrirá mais duas lojas - em Campo de Ourique e na zona oriental de Lisboa - , e prevê fechar 2024 um faturação superior a 4,5 milhões de euros. “Superámos o nosso forecast, mas não o suficiente para chegar aos cinco milhões”, lamenta Frederico Cruz, que garante que “no próximo ano, acreditamos que poderemos passar essa meta”. Além disso, os fundadores da Home Sweet Sushi planeiam inaugurar lojas em Braga e Setúbal, já em 2025.

A marca conta com uma equipa de 150 pessoas. No início, os estafetas eram funcionários da empresa - muitos dos quais amigos de Pedro Martins - que, na sua maioria, acabaram por ficar a trabalhar na Home Sweet Sushi e hoje ocupam posições mais elevadas na organização. Atualmente, a empresa recorre tanto a estafetas próprios como a externos e Frederico Cruz explica que para estes tem um acordo com uma das maiores plataformas de delivery.

A expansão tem sido feita com prudência e foco na qualidade. Frederico Cruz afirma que o trio nunca pretendeu “dar passos maiores que as pernas”. E comprova, revelando a existência de propostas para ampliar a empresa, por via do franchising, mas que os mentores do projeto preferiram “manter o controlo total da qualidade e da experiência do cliente”. E tudo para garantir que a frescura e a excelência do sushi permanecem inalteradas, e que o cliente terá sempre uma refeição com igual qualidade, seja qual for a loja da marca onde faça a sua encomenda. Neste ponto, Vasco Correia também revela que está frequentemente no máximo de lojas que consegue, por forma a “garantir que a qualidade está lá, porque sem isso não conseguimos ter o nível extremo que queremos”.

Outro marco desta década da Home Sweet Sushi foi a mudança de imagem, com o lançamento de uma nova identidade visual sob o mote “It’s all about Freshness”. Pedro Martins explica que esta “foi uma forma de comemorarmos os 10 anos, com uma imagem mais fresca para os nossos clientes,” uma vez que “gostamos de inovar e achámos que fazia sentido marcar este momento”. Esta renovação incluiu a criação de um novo logótipo e uma reformulação da identidade visual, alinhada com o compromisso contínuo com a frescura e a qualidade.

A sustentabilidade é outra prioridade da marca. Vasco Correia destaca que a empresa faz por trabalhar com produtores locais, principalmente na fruta e vegetais e também no caso do arroz, que é produzido especificamente para a Home Sweet Sushi na zona de Setúbal. Já o salmão, como explica Frederico Cruz, não pode vir de Portugal, tendo a sua origem na Noruega. “Mas isso é impossível ser de outra forma”.

Paralelamente, Vasco Correia revela ainda a grande redução “da utilização de plástico e transformamos o óleo usado em biodiesel”, enquanto por seu turno, Pedro Martins acrescenta que a marca está a fazer a transição para sacos produzidos com materiais reciclados e a diminuir o desperdício de caixas. “Cada vez vai menos lixo (para os clientes). Estamos mesmo a tentar”, frisa.

Ultrapassar a pandemia

Durante a pandemia, a Home Sweet Sushi enfrentou vários desafios, mas conseguiu reagir com agilidade. A necessidade de adaptar operações, gerenciar a empresa de forma intensiva e lidar com questões delicadas como a diminuição de colaboradores e a incerteza sobre os apoios do governo foi um cenário complicado. "Foi um período altamente stressante, mas conseguimos retribuir à sociedade e continuar a crescer," relembra Frederico Cruz.

No entanto, ao longo desse período, a empresa não só duplicou a faturação, como também se dedicou a apoiar comunidade, criando, em parceria com outra empresa do setor, a iniciativa "Food for Heroes", que entregava dezenas de refeições aos profissionais de saúde. "A verdade é que, ao final de duas semanas, nós começamos a duplicar a faturação, e a partir daí... E isso, se calhar, foi bocadinho de viver a troika, porque a verdade é que nós éramos das poucas empresas, não por mérito nosso, mas pelo setor, onde ainda conseguimos fazer mexer alguma coisa porque sobretudo, levávamos comida", considerou Frederico Cruz.

O foco da empresa foi também proteger os colaboradores, criando estratégias para os proteger. "Tivemos que redobrar cuidados, alugamos carros e carrinhas para transportar os nossos colaboradores até a casa para não estarem expostos aos transportes públicos, que também eram reduzidos", recorda Frederico Cruz.

Com a constante busca pela inovação e pela excelência, os três fundadores estão certos de que o futuro da Home Sweet Sushi será ainda mais promissor. “Garantimos que o nosso sushi é sempre o mais fresco possível, com arroz preparado na altura da entrega e ingredientes que refletem o máximo de criatividade”, promete Vasco Correia.

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