IA: uma oportunidade para as empresas

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A Inteligência Artificial (IA) permanece envolta em dúvidas, hesitações e receios, mas é já hoje uma tecnologia incontornável. Ainda não conhecemos, cabalmente, a amplitude do seu impacto nas nossas vidas. Sabemos, porém, que está a provocar profundas transformações, nomeadamente no funcionamento das organizações. 

Têm sido identificados vários impactos positivos da introdução da IA nas empresas. Desde logo, o aumento da produtividade e da eficiência, mas também a redução de custos, a otimização das decisões, a gestão de dados em larga escala, a melhoria da experiência do cliente ou o desenvolvimento de produtos inovadores. 

Contudo, a IA também coloca desafios ético legais e laborais. A violação de dados, o desrespeito pela privacidade, a “discriminação algorítmica” ou mesmo a perda da autonomia humana são apontados como riscos ético legais da aplicação da IA. Já os riscos laborais decorrem da obsolescência de algumas profissões mais físicas, repetitivas e de baixo valor acrescentado.

Ou mesmo de profissões mais criativas, dada a possibilidade de criação de textos, imagens e vídeos aberta pela IA generativa.
Não obstante as ameaças e incertezas, a IA vai entrando inexoravelmente na vida das organizações, que procuraram exponenciar as potencialidades desta tecnologia. Há uma tendência crescente das empresas, mais nos EUA do que na Europa, para a utilização de ferramentas de IA em processos e operações.

Nas empresas portuguesas, o grande óbice parece ser a falta de competências digitais. Algo que pode ser amenizado com ações de formação tecnológica, com a reconversão de licenciados e com a criação de talento digital no ensino superior. 

Antes de mais, as empresas devem perceber o que é que a IA pode fazer para melhorar os seus processos e para alocar os seus profissionais em tarefas de maior valor acrescentado. A implementação da IA é uma aprendizagem contínua para maximizar os benefícios e mitigar os riscos desta tecnologia. Importa definir estratégias informadas e adotar ferramentas adequadas para aplicar a IA de forma ética, eficiente e sustentável.

Portugal foi dos primeiros países da UE a estabelecer uma estratégia nacional para a IA, mas os resultados têm sido, por ora, pouco evidentes. São precisos esforços conjuntos e políticas integradas na promoção da IA em Portugal, envolvendo Governo, organismos públicos, empresas, associações empresariais e Academia. Com esta massa crítica, será possível conduzir um processo virtuoso de transformação do tecido empresarial a partir da IA. 

Presidente da ANJE - Associação nacional de Jovens Empresários

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