Iberis Capital prevê fechar 2023 com investimentos na ordem dos 200 milhões de euros

Gestora de ​​​​​​​private equity e venture capital pretende investir entre 50 a 60 milhões de euros em sete empresas tecnológicas até ao final do ano.
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A gestora portuguesa de private equity e venture capital, Iberis Capital, gere ativos no valor de cerca de 430 milhões de euros e conta com mais de mil investidores. O valor foi apresentado no decorrer da divulgação do seu Relatório de I&D (Investigação e Desenvolvimento), e João Henriques, um dos fundadores da Iberis, e atual membro da administração, explicou que até ao final deste ano a gestora ainda pretende investir entre 50 a 60 milhões de euros em sete empresas tecnológicas.

O administrador detalhou ainda que desde o início da Iberis Capital, em 2017 - altura em que tinha três milhões de euros disponíveis para investir - e até setembro deste ano, a empresa contou com 155 milhões de euros acumulados em investimentos, em cerca de 50 negócios. Vai fechar o ano com investimentos na ordem dos 200 milhões de euros, sendo 2023 o ano com mais investimentos levados a cabo pela Iberis.

Até agora todo o investimento tem sido levado a cabo em Portugal, mesmo quando se trata de empresas internacionais. Como diz João Henriques, a Iberis faz por motivar essas empresas estrangeiras a reforçar a sua presença no nosso país.

Já no que ao relatório diz respeito, a empresa gestora explica que tem sido através dos seus fundos Bluetech - fundos de capital de risco - que muitas startups tecnológicas e PME portuguesas, que pedem financiamento, têm tido acesso a capital. Da mesma forma, a Iberis refere que tal como as empresas em que investe têm apostado em I&D) por forma a conseguirem ser mais competitivas, tem também incentivado e monitorizado os gastos em I&D das empresas do seu portefólio.

Pela sua parte, a Iberis, e desde a sua fundação, e criação dos fundos Bluetech já captou 190 milhões de euros de capital. O que contabilizava 480 investidores no final do ano passado. Também até ao final de 2022, e com o investimento dos Bluetech, a Iberis tinha investido 84 milhões de euros em 20 grupos empresariais de vários setores, desde a aeroespacial à inteligência artificial, passando pela indústria e serviços, tecnologias aplicadas à saúde, entre outras.

Do total dos 84 milhões investidos, as empresas que receberam estes fundos canalizaram 76 milhões para despesas em I&D. Das empresas financiadas pelos fundos Bluetech apenas duas estão abaixo do esperado em termos de execução de I&D.

No entanto, em Portugal o investimento em I&D está abaixo da média europeia e no ano passado representou 1,7% do PIB. Em 2030 o objetivo é que atinja os 3%. Para João Henriques, "ainda há uma tentativa muito grande de direcionar o I&D de forma específica". E exemplifica com os fundos SIFIDE. "Tomaram a decisão de dizer que estes fundos só podem investir em empresas que gastem mais do que 7,5% das suas vendas em I&D. Isto tem dois impactos. Um de primeira ordem, que eu entendo que era aquilo que se pretendia que era levar o investimento para as startups. A outra coisa que acontece é quando eu faço uma métrica em função das receitas, estou a discriminar setores", afirmou, garantindo, no entanto que percebe a intenção da medida, feita para "evitar abusos".

Aquele responsável apontou também uma das empresas que a Iberis financiou - a Tekever que desenvolve, produz e opera drones - como um futuro unicórnio (empresa avaliada em mais de mil milhões de dólares). "Se não for nesta ronda (de financiamento) será na próxima" e afirmou, revelando ainda que a Iberis também financiou a Unbabel - start-up de tradução com ajuda da inteligência artificial - em 12 milhões de euros. Uma empresa que João Henriques acredita estar, igualmente, no caminho certo para se tornar um unicórnio.

A empresa movimenta-se em três áreas - Growth & Buyout, Innovation & Growth e Yielding Investments - mas a maior parte dos seus investimentos destinam-se à área de Innovation & Growth (maioritariamente startups).

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