IBM anuncia primeiro chip de 2 nanómetros do mundo. Telemóveis podem durar 4 vezes mais

A IBM anunciou uma descoberta que promete revolucionar a área da computação, ao apresentar o primeiro chip de 2 nanómetros do mundo que poderá reduzir o consumo energético de computadores e smartphones em 75% e trazer também ganhos em performance que até agora não tinham sido alcançados.
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A evolução dos chips ou semicondutores é das determinantes para a era digital e conetada que hoje vivemos, mas também das mais silenciosas. Esta quinta-feira a IBM anunciou um novo marco na evolução dos semicondutores, ao apresentar o primeiro chip de 2 nanómetros do mundo. Os ganhos em desempenho, mas acima de tudo em consumo energético - que podem ser reduzidos em 75% - prometem fazer uma diferença tecnológica significativa.

Os semicondutores desempenham um papel crítico em vários domínios da computação, aos dispositivos de comunicação, aos sistemas de transporte e às infraestruturas críticas, daí que a sua escassez recente esteja a provocar atrasos não só na área dos smartphones e portáteis, mas também nas torradeiras ou até nos automóveis - todos usam semicondutores.

A indústria tem continuado a procurar o aumento do desempenho dos chips e da eficiência energética numa altura em que a cloud ganha maior dimensão, mas também os dispositivos conetados (Internet of Things) e maiores exigências de inteligência artificial.

A IBM explica que a nova tecnologia de chips de 2 nm deverá ajudar a indústria dos semicondutore, com um desempenho 45% superior e com um consumo de energia 75% inferior ao dos chips de 7 nm, os mais avançados até hoje e usados - o chip da Apple M1 tornou-se no primeiro em computadores pessoais a usar a tecnologia de 5 nm e tem recolhido elogios em toda a indústria.

A IBM dá alguns exemplos das vantagens do novo chip de 2nm, nomeadamente pode desde logo quadruplicar a vida útil da bateria do telemóvel - ou seja, os modelos que davam um dia de uso podem passar a dar quatro dias, sem necessidade de carregar.

Além disso a IBM espera assim ajudar a reduzir a pegada de carbono dos centros de dados, que representam 1% da utilização global de energia. Ao mudar todos os seus servidores para processadores baseados em 2 nm poderia reduzir esse número significativamente.

Por ser um chip tão minúsculo, o desempenho dos computadores portáteis também pode ser potenciado conseguindo-se um processamento mais rápido das aplicações, uma tradução linguística mais fácil e um acesso mais rápido à Internet.

A empresa espera que o novo chip também contribua para uma deteção mais rápida de objetos e de tempo de reação em veículos autónomos.

Darío Gil, SVP e Diretor da IBM Research, em comunicado, não tem dúvidas sobre a descoberta: "A inovação da IBM refletida neste novo chip de 2 nm é essencial para toda a indústria de semicondutores e tecnologias de informação".

Estes desenvolvimentos são o resultados de décadas de trabalho baseado no laboratório de investigação da IBM localizado no Albany Nanotech Complex em Albany, EUA, onde os cientistas da IBM trabalham em estreita colaboração com parceiros dos setores público e privado.

A IBM espera que a abordagem colaborativa da inovação do IBM Research Albany ajuda a um um ecossistema de aumento das linhas de inovação, "ajudando a responder às exigências de produção e acelerando o crescimento da indústria global de chips".

O design de 2 nm demonstra a escala avançada de semicondutores utilizando a tecnologia de nanosheet da IBM e o processo foi desenvolvido em menos de quatro anos, após a IBM ter anunciado o design de 5 nm. "Esta última descoberta permitirá que o chip de 2 nm integre até 50 mil milhões de transístores num chip do tamanho de uma unha", explica a empresa em comunicado.

A vantagem de ter mais transístores num chip tão pequeno permite aos designers de processadores ter mais opções para inovar e melhorar as capacidades em inteligência artificial e computação em cloud, bem como novos caminhos para segurança e encriptação de hardware. Pelo menos é esse o desejo da IBM.

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