A transição digital tornou-se nos últimos anos um desígnio a cumprir pela sociedade em geral, mas particularmente pelo tecido empresarial. O mundo é globalizado, a mudança rápida e constante, pelo que a necessidade de transformar processos e modelos de trabalho “aumentou a competição e a necessidade de respostas disruptivas”. Quem o diz é Diogo Fabiana, chief innovation officer da Idea Spaces, uma empresa de coworking cujo conceito foi criado para valorizar o bem-estar dos profissionais e ajudar as empresas “a crescer em comunidade”. .As mudanças alavancadas pela transição digital não só têm vindo a permitir que as empresas otimizem os seus serviços, como ajudam a “poupar tempo e oferecer serviços mais à medida dos clientes”, sem que essa personalização afete a produção ou aumente a necessidade de recursos humanos, apontou. No entanto, e particularmente face às dificuldades acrescidas do tecido empresarial português, a transição nem sempre é fácil e certamente não é barata. .Nesse sentido, o também partner da IdeaSpaces defende que “há que ser corajoso e não ter medo de aprender com os outros”, sublinhando o papel importante dos espaços de coworking em criar um “ambiente favorável” à aprendizagem e apoio durante os processos de transição digital. .Nos seus espaços, em localizações como o Palácio Sotto Mayor, Saldanha, São Sebastião e Parque das Nações, as empresas podem alugar secretárias ou pisos inteiros, sempre com a garantia de apoio de escritório virtual, e beneficiar de diversas dinâmicas internas que valorizam “o network, a partilha de conhecimento e a integração social e empresarial”. Exemplos dessas iniciativas são o “member meets member”, onde os empresários partilham as suas experiências em formato videocast, ou o “get a room”, programa que encoraja as organizações a partilhar os seus objetivos e necessidades de negócio, criando-se sinergias entre empresas..Novas formas de trabalhar Além da atividade empresarial pura e dura, a IdeaSpaces aposta no bem-estar dos seus residentes, promovendo “culturas de trabalho saudável”, disponibilizando serviços de massagens, dias temáticos, palestras, salas de descanso e uma política amigável para a presença de crianças e animais, sem qualquer custo adicional. .A par das transformações que vieram alterar processos, surgiram também novas formas de encarar o trabalho, tornando-se cada vez mais natural o recurso a modelos híbridos ou remotos para dar aos trabalhadores mais controlo sobre os seus horários. O individualismo deu lugar à colaboração entre equipas e até ao nível hierárquico as mudanças se fizeram sentir. .Da perspetiva do responsável, a comunicação entre equipas tornou os CEO “mais recetivos” a feedback dos colaboradores, o que leva a uma maior compreensão das necessidades dos mesmos. “As empresas precisam de jogadores de equipa dispostos a adaptarem-se ao ritmo acelerado das constantes mudanças da economia”, o que se torna possível quando os líderes reconhecem a crescente importância do “salário emocional”.