Em declarações ao Dinheiro Vivo, a presidente do IGCP (Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública) revela que espera chegar ao final de 2014 com 2,7 mil milhões de euros emitidos só neste ano, um valor que é "quase o dobro" dos 1,5 mil milhões estimados há 12 meses..Em 2013 - e em apenas dois meses - o IGCP conseguiu emitir 2 mil milhões de euros em CTPM. Neste ano já angariou 2,4 mil milhoes de euros, e conta emitir, até ao final de dezembro, outros 300 milhões..Cristina Casalinho explica que "o saldo vivo dos CTPM no final de outubro situava-se em 4,4 mil milhões de euros". Embora ressalve que "as emissões em 2014 atingem 2,4 mil milhões de euros", a economista que substituiu João Moreira Rato na presidência do IGCP sublinha que "a manter-se o ritmo atual de subscrições mensais, o saldo vivo de final do ano de CTPM poderá aproximar-se de 4,7 mil milhões de euros", um valor próximo de 3% do PIB..Cristina Casalinho recorda também que, com o lançamento deste produto, o IGCP tinha por objetivo "interromper a queda de participação de particulares no financiamento do Estado", objetivo que na opinião da presidente da instituição, "foi atingido". A economista acrescenta que o propósito de "manter o envolvimento de investidores particulares nacionais com a dívida pública" continua, e que na verdade essa é uma tendência europeia..Quando foram lançados, os CTPM não tinham paralelo na banca comercial, apertada por uma desalavancagem forçada e por balanços negativos que não lhe deu margem para oferecer taxas atrativas. Nesta altura, explica a responsável, o mercado evoluiu, e "existem instituições de crédito em Portugal que oferecem taxas de depósitos em linha ou superiores às taxas oferecidas pelos CTPM"..A responsável pela gestão da dívida - e que nesta quarta-feira lança no mercado uma operação de troca de títulos com maturidade em 2015 e 2016 por outros com prazos que terminam em 2021 e 2023 - acrescenta ainda que "nos últimos meses os depósitos de particulares cresceram no sistema bancário português".Os CTPM foram lançados pelo IGCP em outubro de 2013. Nessa altura, o então presidente da instituição, João Moreira Rato, apontava para um objetivo de angariar 1,5 mil milhões de euros em 2014 com o novo instrumento, que tem taxas de juro crescentes que podem ir até aos 5%, ou ainda mais, se o PIB ajudar, já que o retorno do investimento fica também indexado ao crescimento da economia.