Foram dezenas de páginas sem uma única fotografia. Foi assim na edição de ontem do Libération.
Uma opção do diário francês numa tentativa de mostrar a importância da fotografia numa altura em que o sector, e o fotojornalismo em particular, enfrenta condições desafiantes.
"Não é um funeral, não estamos a enterrar a arte fotográfica (...). Em vez disso, fazemos à fotografia a homenagem que merece. No entanto, ninguém pode ignorar a situação calamitosa na qual se encontram os fotógrafos de imprensa, em particular os fotógrafos de guerra que arriscam a sua vida e mal ganham para viver", alertou o jornal.
Veja a edição de ontem do Libération aqui
O misto de homenagem e alerta surgiu no mesmo dia em que inaugurou uma exposição de fotografia no Grand Palais, em Paris, mostra que decorre até o próximo dia 17.
Às bancas o Libération chegou sem imagens, mas com o mesmo grafismo. Ao folhear o jornal os leitores viam apenas páginas com texto, com molduras vazias onde deveriam estar as fotografias.
"Um choque visual. Pela primeira vez na sua história, o Libération foi publicado sem fotografias. Em seu lugar, uma série de molduras vazias que criam uma espécie de silêncio; um silêncio desconfortável. É visível, há informação em falta, como se nos tivessemos tornados um jornal mudo. Um jornal sem som, sem a sua pequena música interna que acompanha o olhar", escreveu a jornalista de cultura do diário, Brigitte Ollier.