
Em comunicado enviado à CMVM, a Impresa, dona da SIC e do Expresso, anunciou os resultados negativos relativos ao ano passado. Em comunicado, a empresa fundada por Francisco Balsemão dá conta de que este prejuízo é explicado, em grande parte, por uma perda por imparidade de 60,7 milhões de euros relacionada com os segmentos da televisão e da subsidiária Infoportugal.
Já numa base recorrente – ou seja, sem efeitos extraordinários como essa imparidade – os prejuízos foram de 5,5 milhões de euros. Em termos de receitas, a Impresa garantiu uma ligeira subida de 0,2%, para 163,8 milhões de euros. O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), por seu lado, subiu 19,5%, para 18,4 milhões de euros, e amargem cresceu de 8,5% para 10,1%.
Já numa base recorrente o EBITDA caiu 16,9%, para 15,6 milhões de euros, e a margem recuou de 10,3% para 8,6%.
Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, explicou em declarações ao Expresso que foi preciso reforçar as provisões em 5,3 milhões de euros na sequência da evolução de processos judiciais apresentados contra o grupo.
No mesmo sentido, a Impresa registou ainda um agravamento da sua dívida, tal como já tinha acontecido em 2023. Em 2024, a dívida da empresa fixou-se nos 131 milhões de euros, mais 13% que no anos anterior. Uma questão justificada pelo CEO, nas mesmas declarações ao Expresso, com “um triénio francamente negativo”, entre os efeitos da guerra na Ucrânia, a subida da inflação e o ataque informático de que foi alvo ainda em 2023. Além disso, o grupo viu ainda o custo médio da sua dívida aumentar.
A Impresa está, lê-se em comunicado, “empenhada em avaliar alternativas para o seu nível de endividamento”, e isso pode até incluir “a possibilidade de realizar uma operação de venda e subsequente arrendamento das suas instalações em Paço de Arcos”. No mesmo sentido, anuncia que pretende cortar os custos em cerca de 10% até 2028.
“O grupo tem já em curso um conjunto de iniciativas estratégicas para alcançar uma melhoria sustentada da margem operacional”, lê-se no mesmo comunicado enviado ao regulador do mercado. Entre elas está “a otimização dos processos internos”, a “diminuição dos custos de produção de conteúdos” e a “redução permanente em despesas gerais”.