
O grupo Impresa registou prejuízos de dois milhões de euros em 2023, valor que compara com lucro de 1,1 milhões de euros um ano antes, divulgou hoje a dona da SIC.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Impresa adianta que "registou resultados líquidos negativos de 2,0 milhões de euros, que comparam com o resultado líquido positivo de 1,1 milhões de euros no período homólogo do ano anterior" e que o "resultado líquido ajustado dos custos de reestruturação foi positivo no montante de 1,4 milhões de euros".
As receitas totais "atingiram 182 milhões de euros, refletindo um decréscimo de 1,8% comparativamente ao valor registado no período homólogo" e os custos operacionais, "não obstante a pressão inflacionista, diminuíram 1,1%".
Se se excluir "os custos de reestruturação, os custos operacionais desceram 1,8%", adianta a Impresa.
O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) "cifrou-se em 15,4 milhões de euros, registando um decréscimo de 8,0% face a 2022".
Sem considerar os custos de reestruturação, "o EBITDA recorrente foi 18,8 milhões de euros, ou seja, 1,3% inferior a 2022".
A dívida remunerada líquida da Impresa "situou-se em 115,5 milhões de euros no fecho de 2023".
Comparada com 2022, "este indicador aumentou 8,2 milhões de euros, mas, ainda assim, trata-se do segundo ano de menor nível de endividamento desde 2005, ano em que a Impresa passou a deter 100% do capital da SIC".
A Impresa reduziu dívida "em mais de 50%" nos últimos 12 anos, disse o presidente executivo (CEO) à Lusa, no dia em que o grupo anunciou que em 2023 esta registou "um ligeiro aumento".
De acordo com as contas de 2023 hoje divulgadas pela dona da SIC, a dívida remunerada líquida da Impresa situou-se em 115,5 milhões de euros no ano passado, sendo que, face a 2022, este indicador aumentou 8,2 milhões de euros.
Instado a fazer um comentário sobre a evolução da dívida desde 2011, Francisco Pedro Balsemão recordou que "há quase 20 anos que se comenta que a dívida da Impresa é insustentável e que o grupo está em dificuldades". Mas, "a verdade é outra: em 12 anos reduzimos a dívida em mais de 50%. Sublinho, em mais de 50%".
Atualmente, a dívida é de 115,5 milhões de euros, "um ligeiro aumento face ao ano passado [e], ainda assim, este é o segundo ano com menor endividamento desde 2005, ano em que a Impresa passou a deter 100% do capital da SIC", sublinhou o gestor.
Em 2011, "a nossa dívida era de 231,5 milhões de euros", apontou.
Além disso, o CEO diz que a dívida da Impresa se deve a uma opção estratégica. "Aumentou porque em 2005 obtivemos financiamento para adquirir a totalidade do capital da SIC e, depois, a totalidade do capital da SIC Notícias", explicou.
"O trabalho de redução da dívida da Impresa é digno de registo", afirmou ainda Francisco Pedro Balsemão, questionando "quantas empresas há em Portugal que tenham descido neste período a sua dívida para metade".
A Impresa registou prejuízos de dois milhões de euros em 2023, o que compara com um lucro de 1,1 milhões de euros em 2022.
O presidente executivo (CEO) da Impresa disse à Lusa que a consolidação dos custos financeiros com o serviço da dívida, agravada com a subida das taxas, pressão inflacionista, aumentos salariais e indemnizações contribuíram para os prejuízos.
"Em 2023, o foco manteve-se na aceleração da estratégia digital, no aumento da produção e venda de conteúdos de ficção e no reforço da competitividade, por forma a fazer chegar os nossos conteúdos de informação e de entretenimento a mais públicos, em mais formatos, com a qualidade a que as marcas da Impresa habituaram os seus espetadores, leitores e ouvintes", começou por dizer Francisco Pedro Balsemão.
"Foi por isso que, mesmo tendo em conta a velocidade das alterações nos hábitos de consumo de media, com impacto nas receitas publicitárias, alcançámos um EBITDA [resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações] recorrente praticamente em linha com o verificado em 2022", salientou.
No que respeita ao resultado líquido, o gestor ressalva que, apesar de a SIC ter registado um lucro de 8,3 milhões de euros em 2023 (mais 12,2%) e de as receitas do Expresso terem aumentado para 24,7 milhões de euros, "o melhor valor desde 2017", é na estrutura da 'holding' do grupo que se tem de "consolidar custos financeiros como o serviço da dívida, que se agravou com a subida das principais taxas indexantes", pelo que que este ano a Impresa não apresenta lucros.
Além disso, "a pressão inflacionista, os aumentos salariais para os trabalhadores com remunerações mais baixas e as indemnizações pagas por via de rescisões por mútuo acordo também contribuíram para este resultado".
Sobre o impacto das guerras na Ucrânia e entre Israel e o Hamas, Francisco Pedro Balsemão referiu que estas têm contribuído para um aumento de custos de grelha na área de informação, não só pelo envio de correspondentes, mas pela compra de conteúdos informativos de outras estações internacionais, que possam complementar a oferta noticiosa da SIC.
Em termos gerais, "a instabilidade geopolítica afeta-nos também indiretamente pelo impacto sobre a confiança de produtores e consumidores e logo as nossas principais fontes de receitas como a publicidade", salientou ainda.
Relativamente às perspetivas para 2024, "o grupo tem como objetivos a diversificação das fontes de receitas, nomeadamente através de parcerias nacionais e internacionais, e a melhoria sustentada da margem operacional".
Nesse sentido, a Impresa "continuará a apostar na expansão dos negócios no digital, sobretudo, no 'streaming', 'connected TV', áudio e circulação digital do Expresso, o qual se assume já como um jornal Digital First, embora sem descurar do papel", concluiu o CEO.
Atualizada às 18h35