Industriais do Tomate preocupados com a PAC em ano de produção recorde

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A Associação dos Industriais do Tomate (AIT) anunciam que estão

preocupados com os eventuais cortes nas ajudas aos agricultores de

tomate, resultantes da revisão da Política Agrícola Comum (nova PAC) em

ano de produção recorde.

Ao todo foram produzidas cerca de 1,2 milhões toneladas de tomate em 13

mil hectares, ficando, segundo a AIT, acima de todas expectativas

traçadas antes de a campanha começar. "Na origem dos resultados de 2012

estiveram não só as excelentes condições climatéricas como também o grau

de competitividade, qualidade, inovação e desenvolvimento, que

caracteriza o sector", justifica a mesma associação.

As empresas nacionais consolidaram assim a 5.ª posição que Portugal

ocupa na produção mundial de tomate, num sector de atividade que

contribui ativamente para equilibrar a balança de pagamentos ao exportar

95% da produção. E, durante as últimas décadas o sector tem obtido um

crescimento médio de 5% ao ano.

A mesma associação destaca que, na proposta de renegociação do PAC, as

ajudas comunitárias à produção poderão passar, em dois anos, de 2100

euros por hectare para apenas 179 euros.

A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, já deu garantias de que vai

lutar pelos interesses portugueses em sede europeia, mas a AIT receia

que os "produtores venham a abandonar a produção de tomate, levando ao

desmantelamento de um dos sectores mais exportadores da agro-indústria

nacional."

Portugal é atualmente o 5.º exportador mundial de produtos de tomate,

com uma média anual de cerca de 250 milhões de euros, com um valor

acrescentado bruto de 80%. As empresas nacionais exportam os seus

produtos para 42 países sendo reconhecidas por possuir uma das melhores

qualidades mundiais.

Na última década foram investidos nas fábricas nacionais um total de 60

milhões de euros em modernização e inovação. O agricultor de tomate

português, altamente especializado, é, em termos de rendimento agrícola

por hectare, o 2.º maior do mundo, só ultrapassado pela Califórnia. Ao

todo, o sector é responsável por 6.500 postos de trabalho, diretos e

indiretos, segundo informação cedida pela AIT.

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