Investimento público em ciência recua em 10 anos

Entre 2011 e 2021, o orçamento destinado a Investigação e Desenvolvimento (I&D) caiu 0,1%, de 780 para 779 milhões de euros. Só Espanha registou uma queda superior, de 0,4%, segundo dados do Eurostat.
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Numa década, o investimento público em Investigação e Desenvolvimento (I&D) recuou 0,1%, de 780 milhões de euros para 779 milhões. Só Espanha registou uma queda superior, de 0,4%, passando de um orçamento de 7 252,3 milhões para 7 220,2 milhões em 2021. Os dados, publicados esta quarta-feira, pelo Eurostat mostram que Portugal está em contraciclo com a União Europeia, cujas dotações orçamentais totais dos estados-membros ascenderam, em 2021, a 109 250 milhões de euros, um crescimento de 35% face a 2011.

Entre 2011 e 2021, foram três os primeiros-ministros que governaram Portugal: José Sócrates (PS) durante os primeiros três meses de 2011 até se demitir, Pedro Passos Coelho (PSD), entre 2011 e 2015, e António Costa (PS), desde 2015, sendo atualmente chefe do Executivo português. Significa que o orçamento de Sócrates e depois o de Passos, em 2011, foi superior ao investimento de Costa em 2021.

De acordo com o Eurostat, em percentagem do PIB, o investimento em I&D caiu de 0,44% para 0,37%, entre 2011 e 2021. Já a despesa per capita subiu de 73,7 milhões para 75,6 milhões de euros, um crescimento de 1,9 milhões de euros.

Em termos globais, e ao contrário de Portugal, a União Europeia registou um crescimento de 35% na despesa em I&D, passando de 81 139 milhões de euros, em 2011, para 109 250 milhões, em 2021. Durante esta década, os aumentos mais significativos registaram-se na Letónia, cujo orçamento triplicou de 29,6 milhões para 84,3 milhões, na Grécia, onde a despesa mais do que duplicou de 648,5 milhões de euros para 1 623,4, Malta, que passou de 14,4 milhões de euros para 35,3 milhões, e Luxemburgo, que registou uma subida na despesa em I&D de 208,8 milhões de euros para 437,4 milhões.

O Eurostat dá ainda nota que as dotações totais quase duplicaram na Polónia, passando de 1 175,1 milhões de euros para 2 337,1 milhões de euros, e na Hungria, que subiram de de 296,2 milhões para 582,2 milhões, tendo aumentado 72,7 % na Bulgária, 71,3% na Estónia e 64,9% Alemanha.

No outro extremo da escala, estão Portugal e Espanha, que cortaram nos orçamentos destinados a Investigação e Desenvolvimento.

Letónia e Grécia foram os países que registaram maiores incrementos na despesa com ciência. Contudo, os orçamentos mais pesados são os da Alemanha, que, em 2021, aplicou 39 158 milhões em I&D, e França, com 17 659 milhões de euros.

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