Numa conferência internacional dos setores do petróleo e do gás esta segunda-feira em Teerão, o ministro do petróleo iraniano, Bijan Namdar Zanganeh exortou os outros membros da OPEP a reduzirem a produção do grupo para que os preços subam. "Ninguém está contente" com os preços atuais, afirmou Zanganeh citado pela Bloomberg.
A Venezuela também já tinha apresentado uma proposta de estabilização do preço do petróleo num mínimo de 70 dólares por barril durante dez anos, que deverá ser debatida nas próximas reuniões técnicas da OPEP preparatórias para a reunião de avaliação da produção pelos 12 membros da organização , que deverá ser realizada dia 4 de dezembro, em Viena.
De qualquer forma, o ministro iraniano do petróleo não acredita numa mudança para já de política da OPEP liderada pela Arábia Saudita, que prefere manter os preços baixos a perder quota de mercado para os produtores de petróleo de xisto dos Estados Unidos.
Em setembro, a organização, que é responsável por 40% da produção mundial, produziu 31,57 milhões de barris por dia, o valor mais alto desde 2012, apesar da oferta já excedentária face à procura que tem feito despencar os preços. Nos últimos 12 meses o preço do barril de Brent que serve de referência para a Europa caiu cerca de 43%, estando atualmente a cotar abaixo dos 50 dólares.
Com o fim das sanções ao Irão previsto para o início do próximo ano na sequência do acordo nuclear com os Estados Unidos, o país deverá retomar as suas exportações anteriores de petróleo.
Zanganeh aponta para um aumento da produção do Irão de 500 mil barris por dia a seguir ao levantamento das sanções, recuperando em sete meses o volume de exportações, que nos últimos anos rondaram 1 milhão de barris por dia. O objetivo é atingir no prazo de cinco anos os 5,7 milhões de barris por dia , que terão que ser acomodados pela OPEP segundo o Irão.