Desde esta sexta-feira à tarde, já será possível chamar uma moto-táxi em Portugal, através da plataforma digital Ixat (táxi, ao contrário), criada por uma dupla nortenha, mas com atuação a nível nacional, para transporte de pessoas (uma de cada vez), embora também apta para serviço de estafetas para entregas rápidas de documentos ou pequenos objetos (nada de alimentação ou compras de supermercado, por exemplo).
Elisabete Anjos Oliveira, advogada de Oliveira de Azeméis, e Tiago Lousada, ex-nadador profissional de alta competição, de Vila Nova de Gaia, criaram a empresa em novembro de 2021, em Gaia, mas assumiram que queriam ter todos os processos simplificados, para os motoristas e para os clientes -, opção que lhes levou a uma espera cautelosa até conseguirem tudo o que queriam, com a ajuda de uma equipa técnica subcontratada que concebeu a aplicação.
O desenvolvimento da app foi feito em estreita ligação com motoristas, para criar soluções que lhes facilitassem o acesso e manuseamento. Tiago Lousada acredita ter sido esse o motivo a justificar um tão elevado número de pré-inscrições de profissionais na rede: "Mais de 100, mesmo sem estar ainda em atividade", maioritariamente (95%) a partir de Lisboa, Porto e Algarve, mas já com adesões noutras partes do país.
Neste momento, a startup de capital 100% português conta apenas com Elisabete Anjos Oliveira e com Tiago Lousada, em termos de recursos humanos, mas a ideia é vir a incorporar, mais tarde, a equipa de IT (informação e tecnologia).
O valor do investimento não foi revelado, mas o empresário - que já viveu na Rússia, no Brasil e em Angola - conta terem aceitado, já na parte final do processo, a entrada de um investidor que "quis muito" participar no projeto, tendo aplicado 100 mil euros. "Decidimos aceitá-lo porque nos foi dando algumas ideias" para a montagem do negócio.
"Até ao final do ano, não vamos aceitar mais nenhum investidor. No próximo ano, logo avaliaremos a situação", explica Tiago Lousada ao Dinheiro Vivo, antecipando que, ainda este ano, esperam abrir mais um segmento na área da mobilidade urbana.
Os motoristas interessados em inscrever-se no marketplace - expressão que o gestor gosta de usar para designar a aplicação - têm de ter mais de 25 anos de idade, ter a carta de motos há mais de três anos, ter uma mota com categoria igual ou superior a uma Maxi Scooter, dispor de dois capacetes (um para o próprio e outro para o cliente - desinfetado a cada utilização, à vista de quem o vai usar) e de dois seguros: um de responsabilidade civil e outro para ocupantes.
O pagamento do serviço é feito por cartão de crédito, no final da viagem.
No site do Ixat, há links para várias marcas de motos associadas da plataforma que facultam descontos na compra de veículos motorizados. Tiago Lousada dá o exemplo de uma, 100% elétrica, com o custo de cinco mil euros. Se adquirida com código disponível na app, o desconto pode chegar aos 500 euros.
Para ser cliente do Ixat, basta ter mais de 16 anos de idade. O preço do percurso varia em função da distância, calculada por quilómetro. O preço base é seis euros e, depois, somam-se 60 cêntimos por quilómetro. Apesar de não se contabilizar o tempo da viagem, o custo final varia em função da hora do serviço, uma vez que se trata de uma tarifa dinâmica que varia em função da procura ao longo do dia.