Chama-se Jason Silva, tem 39 anos e nasceu na Venezuela mas é nos Estados Unidos onde tem feito carreira como futurista, filósofo, realizador e apresentador de programas da National Geographic como Origens e Brain Games.
O seu objetivo principal é entusiasmar as pessoas em torno da filosofia, ciência e tecnologia e é visto como o Timothy Leary dos vídeos virais, já que brilha nas redes sociais - do YouTube, ao Facebook e Instagram -, mas também dá palestras por todo o mundo, incluindo para a NASA e a Google.
Um verdadeiro contador de histórias desde que se conhece, que adora aliar criatividade, espiritualidade, tecnologia e humanidade, falamos com ele sobre os efeitos da tecnologia no comportamento humano, sobre o potencial de seres sintéticos e como o storytelling na ciência faz a diferença.
Numa época de muitas distrações graças à tecnologia, Jason admite que adora passar tempo na natureza para ter uma perspetiva mais clara e afastada do mundo digital, sem distrações.
"A minha visão é que a natureza pode-nos dar um espaço de acalmia e quietude interior interessante, sem distrações e entro mais facilmente num estado meditativo e por onde as ideias fluem mais facilmente", diz. Ainda assim mas não costuma prescindir do seu smartphone e a coluna e as ferramentas para usufruir de forma mais completa da natureza. "Para mim tudo isto faz parte de encontrar uma simbiose entre natureza e cultura e tecnologia".
A importância de pensadores e filósofos modernos na atualidade é crucial já que a sociedade está a mudar como não mudou em muitas décadas graças à era digital.
Jason interessa-se mais pela filosofia da área de fenomenologia e pelo foco nas mudanças na experiência humana - mapear as nossas experiências interiores e a nossa vida interior e como isso é impactado pelo exterior.
"Vivemos numa era de mudança exponencial - coisas como a Lei de Moore, que governa a velocidade do progresso da tecnologia está a ser ultrapassada e precisamos mais do que nunca de lidar com as implicações desta disrupção". Cita ainda o biólogo e naturalista Edward O. Wilson
"O verdadeiro problema
The real problem of humanity is the following: we have Paleolithic emotions, medieval institutions, and god-like technology.
Avançamos tão rápido tecnologicamente que os nossos cérebros têm dificuldades em acompanhar e temos de encontrar formas de lidar com os assuntos levantados pela mudança tecnológica e social e encontrar formas de reconciliarmo-nos, ajustarmo-nos e adaptarmo-nos. Tudo coisas que aconteciam num maior período de tempo, porque o comboio saiu da estação no que diz respeito a mudanças tecnológicas.
A forma como a condição humana é afetada e envolve-se nestas questões é onde entra a filosofia.
Ser humano já é aumentado, uma espécie ciborgue
Distrações em excesso da era digital ainda são um problema complicado de gerir. Estamos a aprender
O flop dos Google Glass e o regresso em força em 2021 dos óculos de realidade aumentada. Precisamos de aumente a nossa capacidade mais não convolua - não nos enrole ou perturbe).