João Leão. "Temos de evitar o perigo de tirar os apoios à economia demasiado cedo"

O ministro das Finanças está a ser ouvido na Comissão de Orçamento e Finanças. João Leão alerta que o país tem de "evitar o perigo de tirar os apoios à economia demasiado cedo".
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João Leão está a ser ouvido na Assembleia da República esta tarde, na Comissão de Orçamento e Finanças. O ministro traçou um retrato sobre o desempenho da economia portuguesa em 2020 e aquilo que será feito ao longo de 2021.

O ministro das Finanças sublinha que, em 2020, a quebra da economia portuguesa foi menor do que era esperado. A contração da economia portuguesa foi de 7,6% no ano passado, "inferior à estimativa do governo de 8,3% e inferior à da Comissão Europeia", referiu João Leão, notando também que "estabilizou no quarto trimestre, conseguindo registar um ligeiro crescimento".

"O emprego resistiu de forma impressionante à pandemia", destacou o ministro. "No OE prevíamos que a taxa de desemprego chegasse perto dos 9%. O sucesso das políticas adotadas - lay off, retoma progressiva - ajudou a suportar os custos do trabalho", explicou. Em dados mais recentes, notou que a "estimativa de desemprego provisório para dezembro é de 6,5%" .

Mas 2021 é um ano mais desafiante, explicou o ministro, devido ao maior impacto da terceira vaga, que obrigou a novo confinamento e a uma interrupção da atividade de alguns setores. "Neste contexto exigente temos de evitar o perigo de tirar os apoios à economia demasiado cedo", destacou Leão.

"Teremos de rever significativamente o cenário macroeconómico para 2021 e rever em alta o défice orçamental", explicou o ministro.

Leão garantiu ainda que "as medidas extraordinárias de apoio vão manter-se enquanto durar a pandemia", esclareceu o ministro na intervenção inicial.

Apesar de um trimestre desafiante, João Leão diz ainda estar "convencido de que vamos conseguir entrar numa fase de franca recuperação".

O ministro explicou, na intervenção inicial, que acredita na possibilidade de "atingir já em 2022 uma recuperação da economia para um nível muito semelhante ao pré-pandemia".

Impostos com "comportamento muito melhor do que antecipado"

Ainda sobre 2020, João Leão salientou que "os impostos diretos tiveram um comportamento muito melhor do que antecipado". No caso do IRC, por exemplo, as receitas estiveram 337 milhões de euros acima do esperado.

"O IRS cresceu 3% face ao ano passado", notou ainda. O Dinheiro Vivo já tinha avançado esta segunda-feira que a receita de IRS atingiu em 2020 um valor recorde, com o fisco a arrecadar mais de 13,5 mil milhões de euros em receita.

No total, foram contabilizados "2200 milhões de euros de receitas acima do esperado".

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