Jogos e aplicações móveis são negócio que já move 350 milhões de dólares por dia

Plataforma Android domina na quantidade de downloads, mas é a Apple a campeã das receitas. E nem tudo são jogos e apps como o Tik Tok. Pandemia trouxe especial interesse pelas possibilidades digitais.
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Conhece alguém que está sempre a jogar Candy Crush? Poucos responderão negativamente. Mas se este é, há anos, um dos jogos de telemóvel mais descarregados do mundo - sexta posição geral, oitavo na receita da App Store e quarto na da Google Play -, outros há no top 10 que se mantêm fortes fontes de seguidores. E já representam volumes de vendas consideráveis.

Dados da Sensor Tower libertados nesta semana indicam que os utilizadores de todo o mundo gastaram, no ano passado, cerca de 350 milhões de dólares, o que equivale a 308,8 milhões de euros, por dia em aplicações e jogos. Feitas a contas, no final do ano, o negócio representará cerca de 133 mil milhões de dólares (117,3 mil milhões de euros). Um valor que representa um aumento de 19,71% face a valores de 2020, um ano no qual o valor de mercado se fixou nos 111,1 mil milhões de dólares (98 mil milhões de euros).

Ao analisar os dados deparamo-nos com informações curiosas. Apesar de a loja da Google, utilizada pela plataforma Android, dominar em termos de downloads de aplicações e jogos, esta apenas realizou 47,9 mil milhões de dólares (42,3 mil milhões) em vendas. Já a Apple Store mesmo tendo substancialmente menos downloads (111,3 mil milhões versus 32,3 mil milhões) conseguiu captar muito mais receitas - 85,1 mil milhões de dólares, o que equivale a 75 mil milhões de euros.

Os números revelam que, apesar de o número de downloads ser relativamente semelhante ao de 2020 - houve apenas um aumento de 0,48% - as pessoas compraram mais jogos e aplicações. Os valores registados confirmam uma tendência de crescimento que já se tinha verificado em 2020, primeiro ano da pandemia - e consequentes confinamentos - e que se acentuou neste ano.

Mas nem tudo são jogos. Aliás, o estudo também sugere que este crescimento se deve, em grande medida, à mudança de comportamento dos consumidores em período de covid, e que tudo indica que se irá manter após a situação pandémica. E dá como exemplo todos os serviços que entretanto surgiram, pensados precisamente para serem utilizados nos dispositivos móveis. O caso da banca e dos serviços de pagamento por telefone é um exemplo claro.

No caso das aplicações é curioso ver que as diferenças. A nível mundial o Tik Tok foi a app mais descarregada e a que mais contribuiu para as receitas da App Store. No entanto, está apenas na quarta posição no que concerne à Google Play, onde o Google One continua a dominar a tabela. E os valores não são de desprezar. Estamos a falar de uma aplicação que, num ano, passou de 448,5 milhões de dólares para mil milhões de dólares de receita (395,6 milhões e 882,2 milhões de euros, respetivamente).

A maioria da receita ainda vem dos jogos, no entanto os números mostram um decrescimento. Se em 2019 representavam 74,1% do total da receita, neste ano devem ficar-se pelos 67,4%. A explicação prende-se com o crescimento, durante o tempo de pandemia, de outras categorias como a de entretenimento.

O mercado dos jogos móveis é, claramente, dominado pela plataforma Android, com 46,7 mil milhões de downloads versus 8,6 mil milhões registos no marketplace da Apple. Mas a análise do valor obtido mostra outra realidade. E uma muito diferente, onde a App Store obtém 52,3 mil milhões de dólares (46,1 mil milhões de euros) de receita versus "apenas" 37,3 mil milhões (32,9 mil milhões de euros) da Google Play.

Portugal foge um pouco a esta tendência. Os números nacionais indicam que aqui se verificou uma queda de 6% no número de downloads - de 335,2 milhões em 2020 para 314 milhões neste ano - que é contrabalançada pelo aumento das receitas: mais 42%, de 98,3 milhões de dólares para 139 milhões, o que equivale, respetivamente, a 86,7 milhões e 122,6 milhões de euros.

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