Kinda chega a Oeiras e prepara nova abertura em Lisboa em 2020

Cadeia portuguesa de mobiliário e decoração deverá fechar este ano com oito a nove milhões de euros de faturação.
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Cinco novas lojas-boutique e um investimento de, pelo menos, mais de dois milhões de euros, são os planos da Kinda Home para os próximos cinco anos no mercado nacional. A primeira Kinda boutique abre no Oeiras Parque para a semana, a segunda deverá abrir portas no centro de Lisboa em 2020. Só com a loja no Porto (a primeira, que abriu há um ano) o grupo estima fechar 2019 com oito a nove milhões de faturação.

“Acabámos de chegar a Portugal há cerca de 12 meses. O nosso plano de expansão confirmado não inclui uma loja-bazar no sul (como as que abriram no Porto e planeamos abrir em Alfragide). Veremos se nos próximos anos os estudos de mercado confirmam o potencial. Esperamos nos próximos cinco anos abrir, pelo menos, cinco lojas-boutique pelo país”, adianta John Leitão, o novo CEO da cadeia portuguesa de mobiliário e decoração.

Depois da abertura no Porto da primeira loja Kinda no país, num investimento de 20 milhões, o grupo Nuvi avançou com um investimento de 25 milhões para a abertura da segunda loja-bazar em Alfragide, com abertura prevista para 2019. “Fomos muito otimistas. Está a avançar mas a demorar mais tempo do que pensávamos. Neste ano não será de certeza. Prefiro não me comprometer com uma data”, diz o CEO.

Com cerca de 550 metros quadrados, a loja no Oeiras Parque acaba por ser a primeira Kinda na Grande Lisboa e com um novo conceito. “É a primeira loja-boutique em Portugal e traz um conceito completamente novo ao mercado. É um testamento à identidade da nossa marca: num só sítio podermos encontrar peças dos quatro cantos do mundo”, descreve John Leitão. E também made in Portugal, com o mobiliário, mas, sobretudo, o têxtil, a ganhar expressão na oferta da cadeia também com quatro lojas em Angola.

O corredor infinito

A Kinda no Oeiras Parque aposta numa ligação com o online, num conceito de endless aisle (corredor infinito). Ou seja, na loja, os clientes acedem a ecrãs digitais em que podem explorar a oferta da cadeia, não presente na loja, e fazer a encomenda. “A nossa filosofia é omnicanal, queremos criar no consumidor uma experiência única entre loja e online e que um se prolongue para dentro do outro”, defende. “Hoje, 60% a 70% dos clientes que vão à loja (no Porto) dizem que foram ao online. Há uma clara transferência de tráfego entre os dois canais.”

Da loja-boutique no Oeiras Parque pretende-se que sirva de inspiração aos clientes. Para isso, a arquiteta Joana Astolfi (que já colaborou com a Hermés, José Avillez, Claus ou a Casa Pau-Brasil), além de algumas intervenções artísticas, criou minicenários dentro da loja para dar visibilidade à oferta da cadeia, da sala à cozinha.

“Vamos ter um design studio em que o cliente poderá encontrar um vasto leque dos nossos produtos expostos, amostras de tecido e o nosso próprio serviço de design que pode ajudar o cliente a fazer o seu próprio projeto de interiores na loja”, revela ainda John Leitão.

Um espaço que exigiu um investimento de entre 500 e 600 mil euros, tendo criado 15 postos de trabalho diretos, a juntar aos mais de cem da loja do Porto. “Para este conceito de loja-boutique (entre 500 e 1000 m2) estamos em negociação com vários shoppings e localizações de rua. Temos já uma em processo de finalização de contrato. É no centro de Lisboa, uma zona pedonal, e esperamos abrir no ano que vem”, diz o CEO da cadeia portuguesa de mobiliário e decoração.

Apesar do adiamento da abertura da loja de Alfragide, John Leitão faz um balanço positivo. E mostra-se otimista com o ano que se avizinha. “O retalho de mobiliário está a crescer 7% ao ano, acreditamos que conseguimos crescer, pelo menos, a esse ritmo, se não mais.”

Vida Um informático que trocou os bits pela gestão

Trocou os bits por uma carreira na consultadoria, passou por marcas de luxo e agora lidera uma marca de retalho. John Leitão, de 38 anos, quatro filhos, é o novo CEO da Kinda Home, sucedendo no cargo a João Vicente, que passou a chairman.

Filho de pai português e mãe inglesa, John Leitão formou-se em Engenharia Informática, numa altura em que “não era nada sexy”. Trocou a área por uma carreira na Boston Consulting Group onde “tive sorte e estive exposto a diversas geografias”. Europa, EUA e Austrália foram alguns dos países onde trabalhou durante uma década no retalho e no marketing. Nos últimos cinco anos foi CEO da Grisogono, marca de joalharia e relojoaria suíça de luxo, que tem entre os principais investidores Sindika Dokolo (marido de Isabel dos Santos).

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