Estamos há mais de um ano a lutar contra expectativas geradas e a viver numa ânsia e angústia na reconstrução das nossas vidas, neste novo Mundo que todos afectou e que tantos levou. Quer dizer estamos, mas não estamos todos. Para os funcionários públicos, os políticos e demais dependentes do Estado tudo tem sido como sempre foi. São os grandes privilegiados. Têm tudo adquirido e não sofreram nem têm sofrido como todos os outros. Vivem num mundo, absolutamente, à parte e diferente do comum dos portugueses. Fará sentido? Em que País nos estamos a tornar?
Por outro lado, vivemos numa enorme instabilidade de vida quer pelas decisões semanais/quinzenais do Governo, quer pela própria eficácia & polémica sobre as vacinas tão prometidas. Por isso, o Governo definiu para quem se recusasse a receber uma determinada vacina seria colocado no fim da lista e que não assumia nem garantia qualquer benefício em caso de doença ou qualquer outra complicação. Um género de castigo. Fará sentido? Claro que não. Mas este é o estado do Estado de guerra que vivemos.
Paralelamente, voltámos a tentar reabrir. Contudo, o problema, agora, é o "R" que todos temos ouvido. Mas a receita é exactamente mesma. Abrir, mas condicionar as horas de actividade para voltarmos a ter a concentração e aglomerações de pessoas. Em especial, a mesma receita para os fins de semana. Uma loucura. Não valeria a pena tentarmos fazer e agir de uma forma diferente? Não valeria a pena deixarmos a receita do condicionamento, da limitação, do fecho e, por isso, do "lay-off" para podermos apostar, evoluindo, para o lay-on?
Um lay-on que, cumprindo-se todas as regras sanitárias, representasse uma nova atitude perante a nova vida que teremos. Um lay-on que, cumprindo-se todas as regras sanitárias, incentivasse e bonificasse todos estabelecimentos comerciais, supermercados, comércio de rua e restaurantes (em especial com esplanadas) para estarem abertos em horários prolongados ou até sem limite de horário, evitando assim aglomerações e o stress do ter de ir ou ter de fazer? Um lay-on que, cumprindo-se todas as regras sanitárias, possibilitasse que todos pudessem tentar fazer uma vida adaptada à nova realidade sem mais stress e sem aglomerações, cumprindo-se todas as regras sanitárias. Não faria muito mais sentido?
Precisamos mesmo de começar a saber viver neste novo contexto pandémico sem medos e, muito menos, sem o clima de pânico generalizado que vivemos e temos vivido.
O que nos espera e se avizinha económica, política e geopoliticamente exige uma reacção forte de todos nós. Exige atitude, exige responsabilidade, mas, acima de tudo, exige muito rasgo para podermos definir e projectar o Nosso futuro, sem bloqueios e sem medos.
O que tivemos e fizemos até hoje já não chega. Está e estará cada vez mais aquém. Precisamos de mais. Precisamos de muito mais. Precisamos de saber viver assim. Mas, acima de tudo, precisamos de gostar de viver assim.
Por tudo isto, lay-on Portugal!
O autor escreve segundo o antigo acordo ortográfico