"As universidades, no geral, e as business schools, em particular, têm de assumir a liderança no caminho para um mundo diferente: mais sustentável, menos polarizado, com mais equidade." A convicção é assumida por Daniel Traça, que considera fundamental o papel central dado aos jovens nesta que é já a sétima edição das Conferências do Estoril, numa parceria da Nova School of Business and Economics (SBE) com a Câmara de Cascais (CMC).
Dar palco à "geração do propósito", pondo-a em contacto direto com mais de 50 líderes mundiais e oradores de primeira linha, desafiando-os a encontrar caminhos e soluções, provocando-os a pensar fora da caixa para curar as inúmeras dimensões que se encontram em plena transformação no planeta é um objetivo assumido pelo dean da Nova SBE. Pelo que as Conferências do Estoril, que acontecem já na próxima quinta e sexta-feira, no campus daquela escola, em Carcavelos, vão ter não apenas palestras e apresentações de personalidades - incluindo Francis Fukuyama (economista e um dos mais influentes pensadores da ciência política a nível global), António Simões (CEO do Santander), Roberta Metsola (presidente do Parlamento Europeu), Anne Applebaum, Yulia Tymoshenko, Mário Centeno, Bertrand Piccard ou Peter Bakker - como momentos sociais e de conexão, experiências imersivas, sessões paralelas para transformar o conhecimento em ação e até um momento dedicado ao papel das business schools com presença de destacadas escolas europeias. É também uma forma de assumir o papel da educação no futuro que se desenha, e que estará em discussão no palco das Conferências do Estoril nos dias 1 e 2 de setembro.
Com a paz e a descarbonização como temas de primeira linha e atualidade a dar o mote ao evento deste ano, Daniel Traça não tem dúvidas sobre a centralidade que os jovens têm de ter. Tão pouco da missão das escolas de negócios na formação para dar-lhes ferramentas que lhes permitam voar.
"Temos de assumir a liderança porque é uma responsabilidade de quem tem a seu cargo as gerações do futuro. Temos de o fazer porque fomos criados para pensar o mundo e as suas organizações. Temos de o fazer porque uma parte fundamental da solução passa pelo talento que criamos e as competências que desenvolvemos. E temos de o fazer porque somos atualmente um espaço neutro onde stakeholders que desconfiam uns dos outros - empresas, ONG, administração pública - podem convergir numa dinâmica de colaboração radical. Como digo a todos os alunos que estiveram na Nova SBE na última década, with great power comes great responsibility", explica o dean da Nova SBE.
Dois dias, 50 oradores, três grandes ângulos
"Pelo Planeta, pelas Pessoas e pela Paz" é o grande tema que dá o mote às mais de 20 sessões em que os convidados das Conferências do Estoril irão partilhar as suas experiências e perspetivas, "contribuindo para inspirar ação imediata e compromisso para o desenvolvimento das sociedades e do mundo", sublinha a CMC na apresentação do evento. "Promover uma liderança mais humana, orientada pelo sentido de propósito e pela vontade de ação", mas também uma "cooperação estratégica de posicionamento dos grandes desafios da atualidade à escala internacional" são missões assumidas por Cascais, que nesta edição passa a liderança da organização das Conferências do Estoril à Nova SBE.
Para maior riqueza e abrangência, o evento será transmitido numa plataforma online aberta a participantes de todo o mundo.