A Frutas da Menina surgiu para dar um nome que os clientes mais facilmente possam identificar. “É diferente trabalhar com o nome de uma empresa. Há pessoas que gostam de marcas”, referiu. “É mais fácil para o cliente identificar um lugar como aqui no MARL. Sendo mercados pequenos, como o de Braga, é fácil porque todos se conhecem, mas num mercado grande não dá.” Também para adquirir produtos em Espanha, ter uma empresa acaba por ajudar o processo, ainda que a maioria da fruta seja de origem portuguesa. Penajoia é o local predileto para a cereja..O nome foi uma forma de homenagem à filha, cuja fotografia de quando tinha 4 ou 5 anos (agora tem 18) inspirou o logótipo da Frutas da Menina. Hermenegildo (50 anos) e a mulher são os únicos efetivos na empresa. Guilhermina continua no MARL, enquanto o marido está em Lisboa. “Está a ser muito complicado, estou muito longe de casa, mas estou confiante [de que a aposta irá compensar]”, admitiu. Está atualmente à procura de pessoas de confiança para o MARL, para depois regressar a casa para junto da família..A falta de trabalhadores efetivos não é por não querer contratar. Muito pelo contrário. “Ninguém quer ficar. Eu por mim até teria efetivos, pois agora tenho de estar sempre à procura. Na altura da cereja só se trabalha de noite e ninguém quer. Nunca me falta mão-de-obra, mas é sempre nestas condições. Não é fácil estar sempre a ensinar.”.Nada parece desanimar o gerente da Frutas da Menina, que espera poder crescer financeiramente agora que está presente no MARL. “É uma empresa familiar, estamos a falar de números muito baixos, de menos de 200 mil euros por ano. Por isso apostámos em vir aqui para baixo para ver se se aumenta a faturação.” Considera que ficou num pavilhão em que “se trabalha pior”, referindo que como algumas boxes servem de armazém, “as pessoas veem que estão fechadas e não se lembram de que na ponta está algo aberto”. Mas, mais uma vez, mostra como está confiante de que vai triunfar em Lisboa: “Já disse ao MARL que vou pôr este lugar a trabalhar bem.”.E não tem dúvidas de que quando chegar a altura das cerejas, a meio de abril, irá fazer a diferença no MARL. “Há concorrência, mas nas cerejas não tenho receio. É um produto nosso, é a nossa praia, não há que ter medo”, realçou. Maçãs e castanhas, quando é a altura destas, são também produtos que diferenciam a empresa, que não é a única de Hermenegildo Borges Ribeiro, pois tem outra em paralelo que vende para grandes superfícies. “A Frutas de Menina é para trabalhar cara a cara, como costumo dizer”, referindo como também está a estudar outro projeto para tirar rendimento da cereja. “Criámos um vinho que não existe a nível mundial. É um produto que é só nosso. É algo único, por isso está tudo escondido, guardadinho. Sou eu que tenho as fórmulas todas.”