
O BCP totalizou 485,3 milhões de euros de lucro no primeiro semestre, um aumento de 14,7% face a igual período do ano anterior, foi anunciado .
Até junho, o banco somou um "resultado líquido de 485,3 milhões de euros", afirmou o presidente executivo do BCP, Miguel Maya, na apresentação dos resultados, no Taguspark, em Porto Salvo.
Em comparação com o período homólogo, verificou-se assim um acréscimo de 14,7%.
Segundo Miguel Maya, na primeira metade do ano, o resultado operacional 'core' atingiu 1174,1 milhões de euros, menos 2,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Já o resultado operacional fixou-se em 1130,7 milhões de euros, o que se traduz numa quebra de 11,9%.
Por sua vez, os resultados totais do grupo avançaram 8,9% para 100 600 milhões de euros.
Entre janeiro e junho, as comissões bancárias representaram 334,8 milhões de euros, quando no mesmo período de 2023 tinham sido de 334,3 milhões de euros.
A margem financeira do grupo foi de 1397,5 milhões de euros, valor que compara com os 1374,4 milhões de euros do período homólogo, com o presidente executivo do banco a mostrar-se tranquilo quanto à capacidade da instituição financeira gerar margem financeira.
Só em Portugal, a margem financeira situou-se nos 673,3 milhões de euros, abaixo dos 707,5 milhões de euros do primeiro semestre de 2023.
Os custos operacionais do grupo representaram, neste período, 619,4 milhões de euros, quando no semestre homólogo tinham sido de 561,5 milhões de euros.
A carteira de crédito, por seu turno, teve, em junho, uma redução de 1,2% para 57 200 milhões de euros.
Na sessão de hoje da bolsa, as ações do BCP cresceram 0,88% para 0,39 euros.
BCP nega existência de cartel
Na conferência de imprensa de apresentação dos resultados, o BCP esclareceu também que o processo da banca não resultou na acusação de um cartel e garantiu que não está provada a intenção de prejuízo aos clientes.
"Gostava de destacar que, ao contrário do que aparece escrito nos jornais, não houve nenhuma acusação de cartel, nem sequer foi julgado qualquer tema de cartel relativamente a este processo", afirmou o presidente executivo do BCP em resposta aos jornalistas.
O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) confirmou o processo avançado pela Autoridade da Concorrência (AdC) a 14 bancos, em 2019, por violação da concorrência, e que teve recursos apresentados da decisão do regulador.
Em causa está a troca de informações respeitantes aos mercados do crédito à habitação, do crédito ao consumo e do crédito às empresas e que "incidiam sobre determinadas condições, atuais e futuras, aplicáveis às operações, nomeadamente aos 'spreads' e às variáveis de risco, bem como sobre os valores de produção individualizados dos participantes nessa troca".
O presidente do BCP sublinhou que o tribunal expressou um entendimento de que troca de informação poderia constituir uma restrição à concorrência por objeto, ressalvando que tal não quer dizer que tenha efetivamente acontecido.
Por outro lado, Miguel Maya garantiu que não foi identificado, "em qualquer momento", a existência de um prejuízo para os clientes.
Instado pelos jornalistas, o presidente executivo do BCP reiterou ser "absolutamente incorreto" usar a expressão cartel da banca e sublinhou que o BCP não teve "uma única queixa" de clientes sobre este processo.
Miguel Maya mostrou-se ainda "absolutamente convicto" de que o propósito desta troca de informação era "as pessoas terem conhecimento para proporem às administrações que fossem mais agressivas porque todos queriam ganhar quota de mercado".
Contudo, admitiu que existem "lições a tirar", referindo que o banco fez "uma data de formações" em matéria de concorrência, conhecimentos que disse que, à data dos factos, não existiam.