Lucro do Montepio recua 9% até março para 32,1 milhões de euros

Banco presidido por Pedro Leitão assegura ter tido uma "adequada eficiência operacional" no arranque do ano, apesar da quebra face a 2023. Margem financeira continuou a subir, assim como o crédito e depósitos de clientes.
FOTO: Paulo Jorge Magalhães/Global Imagens
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O Montepio fechou os primeiros três meses do ano com um resultado líquido consolidado de 32,1 milhões de euros, menos 9% face aos 35,3 milhões registados no igual período de 2023, informou esta segunda-feira o banco, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Explicando que, no primeiro trimestre do ano passado, o Montepio "havia beneficiado da recuperação extraordinária de imparidades na sequência da liquidação não recorrente de exposições relevantes”, a instituição presidida por Pedro Leitão assegura ter tido “uma adequada eficiência operacional” até março de 2024.

Eficiência essa que se consubstanciou no produto bancário, que cresceu 7% em relação ao período homólogo, para 121,4 milhões de euros, e no decréscimo de 2,4% dos custos operacionais, para 64,3 milhões de euros. Como resultado, o rácio cost-to-income "evoluiu favoravelmente" para os 49,7%, que comparam com os 50,2% observados nos primeiros três meses do exercício anterior.

Indicadores como a margem financeira - respeitante à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos - ajudam a explicar as contas: tornou a subir 9,9%, perfazendo os 99,2 milhões de euros. As comissões líquidas, por seu turno, contribuíram com 30,3 milhões de euros, apesar do decréscimo de 7,2% em relação aos 32,7 milhões homólogos. 

De acordo com o Montepio, a trajetória descendente reflete “a redução das comissões de gestão, administração e custódia de ativos e operações sobre títulos, e das associadas a operações de crédito resultantes, em particular, da entrada em vigor da Lei 24/2023, de 29 de maio, a qual estipula a isenção da comissão de processamento de crédito para clientes particulares”.

Crédito e depósitos crescem no primeiro trimestre

Ao nível do balanço, o stock de crédito (bruto) do Montepio ascendeu aos 11,87 mil milhões de euros no primeiro trimestre de 2024, com os empréstimos produtivos a registarem um aumento 79 milhões de euros e os não-produtivos a diminuirem 172 milhões.

Já sobre a qualidade destes ativos, o banco indica que a imparidade do crédito se fixou nos 1,7 milhões e que o rácio NPE se reduziu em 1,6 pontos percentuais, para os 3,2%, "comparando favoravelmente com os 4,8%" observados no final de março do ano passado.

“Não obstante a evolução homóloga verificada, a adoção de critérios conservadores de análise e concessão de crédito e o dinamismo registado ao nível da recuperação de crédito têm contribuído para a melhoria da qualidade creditícia da carteira, que apresentou um custo do risco de crédito de 0,1% no primeiro trimestre de 2024 face aos 0,4% registados no final do ano anterior”, lê-se no comunicado.

Do lado dos recursos, os depósitos de clientes cifraram-se em 13,65 mil milhões de euros, revelando um incremento de 7,7% - ou de 977 milhões, em termos nominais - relativamente ao primeiro trimestre de 2023. Uma subida “determinada pela variação positiva dos depósitos dos clientes particulares em 595 milhões e do segmento de empresas de 382 milhões de euros”, detalha o banco.

A evolução do negócio nos primeiros três meses do ano, "com particular destaque para o crescimento do crédito líquido e dos depósitos foi determinante para a manutenção dos rácios de capital em níveis confortavelmente acima dos requisitos regulamentares, bem como para o reduzido rácio de NPE e para a sólida posição de liquidez atual”, destaca a instituição.

Ainda no que toca à situação do banco, o Montepio informa que deixou de ter qualquer financiamento junto do Banco Central Europeu, com a amortização total das facilidades de crédito obtidas, na sequência do pagamento de 800 milhões de euros da linha com data de maturidade em 27 de março de 2024 e da amortização antecipada no montante remanescente de 54,8 milhões. 

No final de março de 2024, a entidade financeira contava com 2868 colaboradores e 229 balcões em Portugal, o que representa uma redução, em termos homólogos, de 172 pessoas e dez agências.

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