Lucro do Santander dispara 58% no primeiro trimestre para 294 milhões de euros

Contas do banco foram impulsionadas pelo crescimento da margem financeira, mas também pela captação de novos créditos e depósitos de clientes.
FOTO: Global Imagens
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O Santander obteve um resultado líquido de 294,4 milhões de euros no primeiro trimestre, crescendo 58,4% em relação aos 185,9 milhões registados no período homólogo, informou esta terça-feira a instituição, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“Nos primeiros três meses do ano, o Santander continuou a desempenhar um papel crucial no apoio aos nossos clientes e à economia nacional”, comenta o presidente executivo, Pedro Castro e Almeida, destacando a manutenção da “qualidade sólida” da carteira de crédito e a “adequada geração de capital” durante esse período.

Nesse sentido, no final de março de 2024, o ROE da entidade financeira (sigla para o rácio que mede a capacidade de uma empresa gerar retorno para o acionista) era de 27,2%, mais 7,5 pontos percentuais (p.p.) face aos 19,7% do mesmo mês do exercício anterior. 

Os indicadores financeiros hoje divulgados mostram que, entre janeiro e março, o Totta viu o produto bancário ascender aos 567,3 milhões de euros, após um crescimento de 39,1%, essencialmente explicado pela "evolução da margem financeira, já que as comissões líquidas estabilizaram".

Enquanto a diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos permitiu ao banco encaixar 440,6 milhões de euros, mais 64,6% em termos homólogos, as comissões totalizaram 120,9 milhões, decrescendo ligeiramente (-0,7%), “já beneficiando do crescimento da base de clientes”, que permitiu “anular os efeitos de alterações legislativas que limitam a sua cobrança”.

Do lado operacional, os custos terão permanecido praticamente estáveis face ao igual período de 2023 - aumentando apenas 1,1% -, apesar de a inflação, em especial dos serviços, ter-se situado ainda bastante acima de 2%, segundo o Santander. Neste âmbito, o rácio de eficiência da instituição reduziu-se em 8,6 p.p., para 22,7%.

Retoma da atividade creditícia

No que respeita aos dados do balanço, a carteira de crédito bruta do Santander alcançou os 46,6 mil milhões de euros no final do primeiro trimestre de 2024, crescendo 9,6% em relação ao mesmo conjunto de meses do ano anterior. 

O banco atribui a retoma da atividade creditícia ao facto de ter vindo a adaptar a sua oferta num contexto de taxas de juro elevadas: “Permitiu, por um lado, captar novos clientes de crédito e, por outro, reduzir o ritmo de amortizações antecipadas que caraterizou parte da dinâmica em 2023.”

Mas foi o financiamento concedido às empresas o principal responsável pelo incremento do stock. Os empréstimos aos clientes empresariais aumentaram 25,4%, para 22,2 mil milhões de euros, enquanto o crédito hipotecário e ao consumo, por sua vez, registaram quebras de 1,5% e 0,4%, respetivamente. 

Sobre a qualidade dos ativos, o Totta indica que “apesar da rápida e pronunciada subida das taxas de juro, nos anos de 2022 e 2023, a qualidade da carteira de crédito não foi afetada, beneficiando em grande medida do baixo desemprego, assim como da atuação proativa por parte dos próprios clientes na gestão dos seus créditos”. 

Em resultado, o rácio de Non-Performing Exposure (NPE), isto é, de exposições não produtivas, situou-se em 1,8%, na sequência de uma redução homóloga de 0,3 p.p., sendo que a respetiva cobertura se fixou em 86,2%.

Depósitos continuam em queda

Os recursos de clientes do Santander ascenderam aos 43,8 mil milhões de euros no final de março, decrescendo 2,3% em comparação com o igual trimestre de 2023 - uma diminuição explicada pela evolução dos depósitos, que se reduziram em 4,7%, para 35,5 mil milhões de euros.

De acordo com o banco, este recuo “reflete, por um lado, o processo de ajustamento das famílias e empresas à subida das taxas de juro, no primeiro semestre de 2023, com um maior volume de amortização parcial antecipada de créditos e, por outro lado, a diversificação de recursos para instrumentos financeiros fora de balanço, cujo volume cresceu 10,1%, para 8,2 mil milhões de euros”.

Menos trabalhadores e agências

O Santander fechou os primeiros três meses de 2024 com 4580 trabalhadores e 330 sucursais em Portugal, números que representam uma redução de 97 pessoas e quatro balcões, quando comparados com março do exercício passado.

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