
O resultado líquido do grupo CTT - Correios de Portugal caiu 21,9% nos primeiros nove meses do ano, para 27,8 milhões de euros, em termos homólogos, foi esta terça-feira anunciado.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) diminuiu 4,3%, para 110,6 milhões de euros, e o lucro antes dos juros e imposto de sobre o rendimento (EBIT) totalizou 54,6 milhões de euros até ao final de setembro, menos 19,7% em comparação com os primeiros nove meses de 2023, de acordo com o comunicado á Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Os rendimentos operacionais, que incluem a atividade postal o banco e os serviços financeiros, cresceram 10,7%, para 792,3 milhões de euros, "impulsionados pela área de logística [segmentos expresso e encomendas; correio tradicional e outros]", que encaixou mais 111,8 milhões de euros em termos homólogos, dos quais 101 milhões de euros tiveram origem no tráfego de mais de 98 milhões de objetos no segmento correio expresso e encomendas até ao final de setembro. Na área do correio tradicional, o negócio só não encolheu devido ao tráfego gerado pelas eleições legislativas de março, segundo grupo liderado por João Bento.
A área de correio e outros faturou 348,2 milhões de euros, mais 3,2% do que nos primeiros nove meses de 2023, e a receita da área de expresso e encomendas totalizou 330,5 milhões de euros, um crescimento de 44% em termos homólogos.
O grupo CTT regista ainda um contributo positivo do serviço postal universal, cujos rendimentos "beneficiaram de um incremento da receita média por objjeto, fruto do aumento de preço e de evolução do mix, tendo compensado a quase totalidade de queda de tráfego [postal]".
Não obstante, os rendimentos operacionais foram condicionados pela área do banco e serviços financeiros, que gerou menos 34,9 milhões de euros de receita "dado o nível extraordinariamente elevado de colocação de dívida pública no primeiro semestre de 2023, compensados em parte pelo desempenho do Banco CTT", que gerou mais 2,3 milhões de euros em receita face ao período homólogo.
Os rendimentos da área do banco e dos serviços financeiros caíram 24%, para 113,6 milhões de euros, até 30 de setembro.
O Banco CTT faturou 96,3 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, mais 2,5% em termos homólogos. O desempenho ainda foi influenciada pelo fim da parceria com o grupo Sonae relativa ao cartão Universo. "Excluindo o impacto da saída da parceria do cartão Universo, o crescimento dos rendimentos operacionais teria sido 14,5%", lê-se.
O Banco CTT fechou os primeiros nove meses do ano com 676 mi contas à ordem, "mais 29 mil comparativamente com dezembro de 2023" , sendo que o volume de depósitos de clientes ascendeu a 3,9 mil milhões de euros, o que reflete um crescimento de 28,4% daquele valor em termos homólogos. Quanto ao portefólio de crédito, o grupo destaca que a carteira de crédito habitação líquida de imparidades cresceu 5,3%, para 766 milhões de euros, no final do período emanálise, enquanto a produção de crédito habitação recuou 16,8%, para 124,1 milhões de euros.
Já os serviços financeiros faturaram 17,4 milhões de euros, menos 68% em termos homólogos. "Este desempenho é explicado pela menor colocação de dívida pública, sendo de salientar que após a mudança nos limites das subscrições, no início de outubro, os volumes colocados têm aumentado de forma expressiva", lê-se.
Os títulos de dívida pública, nomedamente certificados de aforro e certificados do tesouro poupança crescimento, apresentaram rendimentos de 7,2 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que representa a menos 82,4% do que há um ano.
No final de setembro, tinham sido subscritos certificados de aforro através dos CTT "no montante de 1 053,8 milhões de euros, o que compara com 12,3 mil milhões de euros de subscrição nos nove meses de 2023". "No entanto, é de referir que o desempenho dos primeiros nove meses de 2024 se manteve fortemente prejudicado pelas limitações à comercialização introduzidas em junho de 2023", considera o grupo CTT.
No início de outubro de 2024, houve uma alteração nas condições de comercialização dos certificados de aforro anunciadas pelo Governo, tendo o limite máximo de aplicação por subscritor aumentado de 50 mil euros para 100 mil euros na série F e de 250 mil euros para 350 mil euros no acumulado da série E e F.