Lucros da EDP caem 16% em 2024

A energética nacional viu o seu resultado líquido cair para os 801 milhões de euros, enquanto a sua participada EDP Renováveis apresentou um prejuízo histórico de 556 milhões de euros
O presidente executivo da EDP e da EDP Renováveis, Miguel Stilwell d'Andrade.
O presidente executivo da EDP e da EDP Renováveis, Miguel Stilwell d'Andrade.FOTO: Nuno Veiga / Lusa
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Os resultados foram anunciados esta quarta-feira, após o fecho dos mercados, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Os lucros da EDP resvalaram 16%, em termos homólogos, e o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) baixou 4%, para 4 801 milhões de euros. Na sessão desta quarta-feira, os títulos da elétrica encerraram a valer 3,20 euros.

A pesar nas contas da empresa liderada por Miguel Stilwell de Andrade esteve, de forma significativa, o desempenho da EDP Renováveis, que refletiu no seu balanço a saída da Colômbia (impacto de 590 milhões de euros) e as imparidades (mais de 133 milhões) que constituiu para fazer face às políticas de Donald Trump – que já avisou que quer travar as renováveis – e às inesperadas consequências que daí podem advir. Recorde-se que a EDP R tem uma forte presença nos EUA, tanto na energia eólica como solar.

Segundo o comunicado enviado pela EDP REnováveis à CMVM, o que aconteceu poucas horas antes de a EDP desvendar os seus, o investimento bruto da empresa de energial limpas totalizou 4,1 mil milhões de euros em 2024 e a dívida líquida disparou 184%, de 867 milhões de euros para os 2,4 mil milhões de euros.

Assim sendo, e retirando os efeitos extraordinários – ou seja, numa base recorrente – o lucro da EDP foi de 1 393 milhões de euros, mais 8% do que o registado em 2023.

Nota para a melhoria do negócio registada pela EDP no Brasil, onde a eletricidade teve uma evolução positiva, com o EBITDA a registar um aumento de 18%. Na Península Ibérica os resultados mantiveram-se relativamente estáveis, comparado com o ano anterior, com as renováveis a destacar-se pela negativa: o EBITDA da operação eólica e solar escorregou 16%.

Em comunicado, a elétrica nacional defende que “em termos consolidados a EDP superou os objetivos financeiros pré-definidos no seu plano de negócios para 2024 beneficiando da diversificação geográfica e tecnológica e do seu perfil de Utility integrada”, garantindo “um resultado líquido recorrente de 1,4 mil milhões de euros, acima do objetivo pré-definido de 1,3 mil milhões”.

“A produção de energias renováveis da EDP aumentou 12% em 2024, atingindo pela primeira vez num ano 95% da produção total de eletricidade, o que conjuntamente com a venda das participações nas centrais a carvão de Pecém no Brasil e Aboño em Espanha no final de 2023 permitiu uma redução de 64% nas emissões especificas de CO2 para um nível mínimo histórico de 29 gCO2 /kwh”, lê-se ainda no documento enviado à CMVM.

Isto significa, esclarece a EDP, que foi garantido que “as receitas associadas ao carvão tenham baixado de 6,8% em 2021 para 0,3% em 2024 com as receitas provenientes de combustíveis fósseis a baixarem de 12% para 2% no mesmo período”

Em termos de investimento, a EDP salienta que no ano passado, o seu plano continuou “focado na transição energética, com 96% dos 5,4 mil milhões de investimento de 2024 alocado a projetos de energias renováveis e ao reforço, modernização e resiliência das redes de eletricidade em Portugal, Espanha e Brasil”

Por considerar que foi alcançado um” bom desempenho”, a administração liderada por Stilwell de Andrade anunciou também um programa de recompra de ações próprias, num montante de até 100 milhões de euros, e a executar nos próximos três meses. No mesmo sentido, a empresa anunciou que vai propor à Assembleia Geral de Acionistas um aumento de 3% dos dividendos, passando assim a pagar 0,20 euros por título.

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