Maioria dos líderes de recursos humanos espera impacto negativo da Covid-19 nos negócios

Estudo conclui que os líderes de recursos humanos em Portugal antecipam que a Covid-19 vá ter um impacto negativo nos negócios ao longo deste ano. Mais de metade das empresas refere estar empenha na transição para modelos de trabalho mais flexíveis.
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A grande maioria dos líderes de recursos humanos inquiridos em Portugal para o estudo Global Talent Trends, desenvolvido pela Mercer, diz estar à espera do impacto negativo da Covid-19 nos negócios (71%).

A consultora questionou 55 líderes da área de recursos humanos de empresas em Portugal: metade das organizações diz esperar que a pandemia possa impactar 10% das receitas; já um quinto receia um impacto de até 30% nas receitas ao longo de 2021.

No geral, o estudo conclui que os desafios que as empresas em Portugal enfrentam, nomeadamente de ordem económica, levam as organizações a focar-se em responder às prioridades de curto prazo.

Após um ano particularmente desafiante, que levou as empresas a colocar em marcha vários processos de transformação, a Mercer aponta algumas tendências que marcam a agenda. Para 2021, as principais prioridades das empresas portuguesas centram-se na reinvenção de carreiras fluidas e flexíveis, na definição das necessidades dos colaboradores (ou na reorganização dessas necessidades) e no incentivo à transformação.

76% dos líderes inquiridos em Portugal aponta que houve uma mudança naquilo que era valorizado pelos trabalhadores, após a pandemia. Assim, as empresas afirmam estar a trabalhar "no sentido de descobrir aquilo que é mais relevante para cada grupo de colaboradores", após esta viragem. Em 80% das empresas também foi reconhecida a necessidade de ter um sistema para manter a cultura da organização num momento em que é feita a transição para um novo modelo e novas formas de trabalho.

64% das empresas focada na reinvenção da flexibilidade

A experiência do trabalho remoto levou várias empresas a focar-se na reinvenção da flexibilidade dada aos trabalhadores. 64% das empresas refere que está focada nesta questão, seguida pela expansão do talento e dos ecossistemas de aprendizagem (60%).

Já 29% das inquiridas aponta que os planos de transformação vão incluir "decisões ousadas mas precisas", que serão cruciais a longo e curto prazo.

45% dos líderes de RH em Portugal nota que a aquisição de conhecimento e competências será mesmo fundamental para a transição para um modelo de trabalho mais flexível.

Os modelos de trabalho remoto continuam a estar no topo das prioridades em 2021 para a maioria dos líderes de RH, indica a Mercer. Por esta razão, e como esperado, quase metade destes profissionais afirma ter reforçado a sua abordagem junto dos colaboradores para monitorizar o impacto da sua comunicação durante a pandemia. Este tornou-se um mecanismo eficaz para reunir dados e obter uma melhor compreensão dos sentimentos e opiniões das suas pessoas

O estudo refere que os líderes de recursos humanos vão também precisar de gerir a "volatilidade do envolvimento dos trabalhadores", que pode estar a sofrer com o impacto de atualmente muito do trabalho ser feito em casa dos trabalhadores.

Apoiar a diversidade e flexibilidade

O estudo refere que, embora temas como a diversidade, equidade ou inclusão (DEI) não sejam novos, o crescimento de movimentos ao longo dos últimos anos faz com que "os investidores avaliem cada vez mais as empresas com base na sua gestão de capital humano e em métricas DEI".

Em Portugal, menos de um terço dos líderes de recursos humanos (31%) tem intenções de reforçar a análise de dados e métricas neste campo.

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