Mais capacitação gera melhores resultados

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A AEP concluiu, com resultados acima das expectativas iniciais, o que muito me orgulha, dois importantes projetos de capacitação empresarial, com o apoio dos fundos europeus: o Novo Rumo a Norte - Rumo ao Crescimento, cofinanciado pelo Norte2020, e o EcoEconomy 4.0, cofinanciado pelo Compete2020.

A respetiva implementação decorreu de uma prévia análise minuciosa de vários fatores, em particular da realidade do tecido empresarial, do contexto onde atua e do conhecimento e responsabilidade da AEP na dinamização da relação com vários parceiros institucionais, públicos e privados, que, no caso do Novo Rumo a Norte, envolveu uma vasta rede colaborativa de mais de uma centena de associações empresariais, de âmbito local e regional, entidades do Sistema Científico e Tecnológico e Comunidades Intermunicipais. A lógica de proximidade deste modelo relacional, com processos de governança colaborativa entre o público e privado, assente nos pilares fundamentais da cooperação, do empreendedorismo, da inovação e da capitalização, abrangidos pelas duas fases do Novo Rumo a Norte, foi determinante para a capacitação das PME no acesso à informação, à igualdade de oportunidades e ao reforço da vertente empreendedora.

No EcoEconomy 4.0, as ações permitiram gerar conhecimento em economia circular, em descarbonização e transição energética, qualificando as PME para o uso mais eficiente e eficaz dos recursos materiais e energéticos, mas também para a utilização de tecnologias digitais inovadoras da Indústria 4.0. Foram ações indutoras dos paradigmas de gestão responsável e de uma subida na cadeia de valor.

Com a sensação de missão cumprida, reconheço que as empresas, os territórios e o país têm ainda um amplo caminho a percorrer para vencer os exigentes desafios da dupla transição digital e ambiental. Teremos de o fazer a passo apressado, face à distância relativa que separa Portugal dos parceiros europeus, a nossa produtividade dos recursos é de 63% da média europeia e a taxa de circularidade é de apenas 2,2% (12,8% na média europeia).

Os fundos europeus, em particular o Portugal 2030, devem continuar a apoiar futuras iniciativas como estas, que geram externalidades positivas, promovidas por quem melhor conhece a realidade empresarial e dirigidas ao segmento mais representativo da nossa estrutura empresarial, com um perfil mais micro no contexto europeu, o que requer maior capacitação ao nível destas temáticas.

Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP)

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