Mais de um quarto dos subscritores do mercado nacional de telecomunicações são empresas. De acordo com um relatório da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), avançado esta quinta-feira, os assinantes não residenciais dos principais serviços de comunicações eletrónicas representavam 27,4% do total de subscritores, enquanto os subscritores residenciais representavam 72,6%, no final de junho..O segmento empresarial nas telecomunicações, entre janeiro e junho, foi servido por um total de 79 empresas, sendo que 49 operavam "de forma exclusiva neste segmento". Ainda assim, o segmento não residencial é liderado pelos operadores Meo (Altice), NOS e Vodafone..No final dos primeiros seis meses do ano, o mercado não residencial de comunicações eletrónicas contabilizava 1,3 milhões de acessos de telefone fixo, 668 mil acessos de internet fixa, 568 mil clientes de redes de alta velocidade e 471 mil acessos de televisão por subscrição.."As três entidades de dimensão relevante presentes no mercado não residencial de comunicações eletrónicas em Portugal são a Meo, o grupo NOS e a Vodafone", lê-se. Entre os 49 players que atuavam em exclusivo para as empresas, o regulador destaca a Oni, a Dialoga, a BLU, a AR Telecom, a Colt e a Vanage..Certo é que o mercado é dominado pelos operadores históricos. No segmento não residencial, a quota mais elevada de assinantes de voz fixa era da Meo (54,1%). A marca da Altice também dominava na televisão paga (quota de 52,7%), no serviço móvel (38,5%) e nas ofertas de serviços em pacote (50,1%). Já a NOS "detinha a segunda quota mais elevada na televisão paga (29,3%) e no serviço telefónico fixo (24,6%) e a terceira maior no serviço móvel (23,6%) e na banda larga fixa (22,2%)". A Vodafone, por sua vez, foi o segundo maior prestador no serviço móvel (37,2%) e na banda larga fixa (26,5%) e o terceiro maior prestador na voz fixa (17,4%) e na pay tv (16,5%)..A Anacom concluiu, ainda, que as "ofertas comerciais não residenciais standardizadas são semelhantes às ofertas residenciais". Isto porque, entre as ofertas não residenciais recolhidas, a velocidade máxima de download da banda larga fixa era de 10 gigabytes por segundo (GBps), "sendo superior à velocidade máxima oferecida atualmente no segmento residencial (1 Gbps)".."No entanto, as características da generalidade das ofertas comerciais não residenciais assemelham-se às das ofertas residenciais", lê-se..O regulador aponta também que "a proporção de utilizadores não residenciais dos principais serviços de comunicações eletrónicas varia consoante a localização geográfica". Desta forma, "é visível um maior número de utilizadores não residenciais no litoral norte e centro do país"..Não obstante, no que se refere à proporção destes utilizadores no total, a dispersão geográfica é bastante diferente, atendendo à demografia e ao número de empresas existente em cada concelho..Com estes resultados, a Anacom mantém a leitura de que "a intensidade digital das empresas portuguesas ficou abaixo da média da União Europeia". Algo que já se verificava no final de 2021.."Cerca de 62% das empresas portuguesas com 10 ou mais pessoas ao serviço tinha página na internet ou sítio próprio, 59% das empresas utilizaram comunicações digitais como estratégia de ligação a clientes, fornecedores ou parceiros de negócios, 35% das empresas adquiriram serviços cloud computing e cerca de 10% das empresas referiram analisar big data, 23% das empresas utilizavam equipamentos IoT, dispositivos ou sistemas interconectados que podem ser monitorizados ou controlados remotamente através da Internet", lê-se..Ora, cerca de uma em cada cinco empresas portuguesas com 10 ou mais pessoas ao serviço registaram um índice de intensidade digital "alto" ou "muito alto". "Portugal posicionou-se 1 pontos percentuais abaixo da média da União Europeia dos 27", de acordo com a Anacom.