Manifesto de líderes empresariais

O compromisso tem de ser unânime, exige uma ação coordenada entre empresas, governos nacionais e instituições europeias.
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Mais de meia centena de líderes de grandes grupos empresariais europeus, membros da European Round Table of Industrialists (ERT), entre os quais está Paulo Azevedo, da Sonae, subscreveram uma tomada de posição, uma espécie de manifesto, sobre o que consideram ser as prioridades para fortalecer o lugar da Europa no mundo.

Sob esse mesmo título, “Strengthening Europe’s place in the world - pledges and priorities”, definem seis prioridades: investir de forma crescente em inovação, investigação e desenvolvimento; criar valor para a sociedade, associando melhores práticas de desenvolvimento sustentável; progredir na transformação digital; desenvolver competências, promovendo a aprendizagem ao longo da vida e preparando a força de trabalho para o desenvolvimento tecnológico (digitalização, automatização e inteligência artificial); apoiar um mercado aberto ao investimento e ao comércio, livre e justo, sem desvantagens para as empresas europeias; apoiar a transição energética e combater as alterações climáticas, com investimentos de baixo carbono e promoção da economia circular.

Estes são os compromissos que o grupo de líderes empresariais está disposto a assumir, como refere o chairman da ERT (atual chairman da Volvo) no prefácio do Manifesto, “We are ready to play our part in ensuring the peace and prosperity of our citizens”.

A par deste comprometimento, sublinham diversos riscos a nível mundial, como o aumento do protecionismo ou o surgimento de políticas nacionalistas no seio europeu, como aconteceu recentemente nas eleições em Espanha.

O interessante é que todas estas preocupações coincidem, na esmagadora maioria, ou direi mesmo na totalidade, com o que a AEP tem sinalizado e entendo que são transversais a todo o tecido empresarial, incluindo as PME. Ou seja, a dimensão das empresas não conta, os objetivos são comuns.

Também entendo que esta é a via para as empresas europeias serem mais competitivas. Uma via que tem de ser suportada com políticas em torno desta lista de prioridades. O compromisso tem de ser unânime, exige uma ação coordenada entre empresas, governos nacionais e instituições europeias. O quadro que resultar das próximas eleições europeias deve concentrar-se nestes propósitos. Só assim será possível promover uma maior confiança e prosperidade dos cidadãos europeus e ter uma Europa ainda mais forte.

Paulo Nunes de Almeida , presidente da Associação Empresarial de Portugal

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