Manuel Heitor, que falava por videoconferência perante a comissão de Cultura e Educação do Parlamento Europeu para apresentar as prioridades da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), revelou, em resposta ao eurodeputado socialista Manuel Pizarro, que o plano de recuperação e resiliência português inclui o programa 'Impulso Jovem', com vista a alargar a capacidade de ingressão no ensino superior a todos os jovens.
O programa 'Impulso Jovem' foi criado em 2012 para combater a elevada taxa de desemprego dos jovens entre os 15 e os 24 anos.
O programa vigorou até dezembro de 2013, mas uma auditoria do Tribunal de Contas de 2017 considerou que o programa ficou "muito distante do inicialmente previsto", desconhecendo-se o nível de empregabilidade conseguido pelo mesmo.
O objetivo do programa passa agora por "chegar a 2030 com seis em cada dez jovens de 20 anos a participar no ensino superior, aumentando em cerca de 20% essa penetração", vincou Manuel Heitor.
Apelando ao Parlamento Europeu para a necessidade de fomentar "sinergias entre diferentes fundos", particularmente entre os planos de recuperação dos Estados-membros da UE e o fundo de recuperação de 750 mil milhões de euros (NextGenerationEU), o ministro português assinalou que o programa 'Impulso Jovem' é um "bom exemplo de sinergia entre a utilização do plano de recuperação económica com o fundo social europeu".
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, dirigindo-se aos eurodeputados, concordou com Manuel Heitor dizendo que este "é e tem de ser um tema relevante na concretização mais fina dos nossos programas de recuperação e resiliência", pois realça "a necessidade de resposta para os jovens que estão em situação mais vulnerável".
"Sabemos que estávamos a caminhar no sentido certo e agora, necessariamente, a resiliência e a recuperação é tentarmos e voltarmos ao caminho certo. Era o que estávamos a trilhar, que a pandemia veio interromper, mas temos de recuperar o tempo perdido. Em Portugal e na Europa é importante pensarmos como podemos coadjuvar a vontade destes jovens de voltarem ao mundo da formação e do trabalho", afirmou Tiago Brandão Rodrigues.
Para isso, uma das apostas será "a inserção dos jovens nos mecanismos de formação", anunciou, defendendo a "necessidade" de esta ser uma prioridade das próximas presidências do Conselho da UE "para que a Europa possa ser mais resiliente e acima de tudo mais justa para as novas gerações".