Na abordagem a novos mercados e oportunidades, as empresas que aplicam marketing estratégico fazem boa prática de estudos de mercado e análise de tendências, visando antecipar as necessidades e o comportamento dos consumidores ou das empresas potenciais clientes. Ao investirem nesses processos as empresas procuram desenvolver uma proposta de valor diferenciada, o que implica melhor posicionarem a sua marca, definirem uma oferta de produtos/serviços com maior valor percecionado e melhorarem a experiência disponibilizada em toda a jornada, com o propósito de gerarem satisfação nos clientes.
Neste contexto, pensemos agora em duas questões:
1. Se retrospetivamente analisarmos as tendências de 2020, onde encontramos referência à possibilidade de uma pandemia mundial?
2. Se atendermos às principais tendências, estudos de mercado e projeções deste ano de 2022, onde encontramos referência à possibilidade de uma guerra na Europa?
Estes dois fenómenos, nas últimas décadas, serão os que mais impactaram os mercados mundiais e consequentemente os que maiores mudanças induziram nos comportamentos de consumidores e empresas.
Fazendo a analogia com as travessias de oceanos, poderei afirmar que, nos dias de hoje, os riscos são democráticos e afetam nações e classes sociais sem respeitar fronteiras de nenhum tipo. Então, no oceano de descontinuidades, incertezas e disrupção que caracteriza o presente, o que faz a diferença na liderança dos negócios e na forma como as empresas reagem para sustentarem a rentabilidade e, quando possível, ganharem vantagens competitivas?
Perante contextos tão dinâmicos como os que vivemos nos últimos anos, ganham vantagens competitivas as empresas que, de forma mais rápida e eficaz, conseguem adaptar-se às mudanças e incertezas do mercado, gerindo riscos e apresentando soluções que permitam satisfazer as novas necessidades dos clientes e diferenciarem-se da concorrência. Ou seja, é através da capacidade de uma organização ler e até antecipar as mudanças que ocorram e rapidamente adaptar o seu sistema ao novo ambiente, com respostas inovadoras e criativas, que se geram benefícios e que a diferença se concretiza.
À semelhança dos processos adotados nas tecnológicas, a agilidade das empresas no marketing evidencia-se:
• na forma como se focam nos consumidores e fazem da voz do cliente uma prioridade;
• ao promoverem a melhoria contínua, mediante rápidos ciclos de iteração e aprendizagem;
• na facilidade com que promovem a mudança e se adequam, para responder às crescentes expectativas líquidas dos clientes;
• e mediante uma colaboração transversal a toda a empresa, patenteando abertura para resposta às necessidades dos clientes.
As empresas que, mediante cultura, processos e ferramentas, conseguem pôr estes princípios em prática, têm na agilidade e no tempo de resposta aos mercados fatores distintivos para o lucro.
Neste mundo mais centrado no cliente, lideram as organizações cujas estratégias combinam a tecnologia com o fator humano, que enfrentam o imponderável comportamento dos consumidores, interpretando os dados em tempo útil e que vincam agilidade na experiência por rotas antes não navegadas, nas quais o marketing se afirma na gestão de fluxos, qual farol de crescimento e geração de valor.