Média salarial recua 2,5% em termos reais

Salário habitual atinge, na média nacional, um valor de 1127 euros brutos, com abrandamento na evolução dos valores e perda de poder de compra face à escalada da inflação.
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O ritmo de subida da média salarial nacional abrandou no primeiro trimestre e, face à inflação, os valores apurados pelo Instituto Nacional de Estatística representam já perdas reais nas remunerações atendendo à evolução da inflação.

Nos dados divulgados esta quinta-feira, o salário médio nacional habitual, excluindo subsídios de férias e de Natal, atingia no primeiro trimestre deste ano 1127 euros brutos. O valor representa uma subida de 1,7% face ao mesmo período de 2021, mas uma perda real de 2,5% face à inflação registada.

Em dezembro, esta média salarial subia 2,3%, para 1103 euros brutos, com o crescimento de 1,7% apurado agora a representar um abrandamento na evolução das remunerações.

A informação do INE, que tem por base as declarações de remunerações de 4,3 milhões de trabalhadores na Segurança Social e na Caixa Geral de Aposentações, também inclui a evolução registada nas remunerações-base e nas remunerações totais, que já incluem subsídios sazonais.

O valor médio do salário-base ficou no primeiro trimestre em 1058 euros brutos, subindo 1,6%. Regista-se também um abrandamento face aos 2,2% de crescimento de dezembro e, mais uma vez, uma perda real de 2,5%.

Já a média de salário total chegava no início deste ano aos 1258 euros, crescendo 2,2%. Descontando a inflação, porém, implica uma perda de poder de compra de 2%, de acordo com o INE.

Os dados do INE mostram, entretanto e por sectores de atividade económica, uma evolução negativa em termos nominais na média salarial dos trabalhadores dos transportes e armazenagem, com um recuo de 1,1% no salário médio habitual para os 1286 euros.

Registam-se também crescimentos abaixo da média nacional em atividades como banca e seguros (0,5%), atividades administrativas e serviços de apoio (0,8%), organismos internacionais (0,8%), nas atividades da eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio (1%), educação (1,2%), outros serviços (1,3%), saúde humana e apoio social (1,3%) e atividades relacionadas com a Administração Pública (1,6%).

Estas serão, por conseguinte, as atividades com perda mais acentuada no poder de compra para os trabalhadores, embora o INE não estime a evolução real das médias salariais nestes casos.

Já entre as maiores subidas homólogas na média salarial habitual encontram-se agricultura (5,7%), consultorias e atividades científicas e técnicas (4,9%), imobiliário (4,5%), atividades de informação e comunicação (4,4%) e construção (4,3%), seguidas de águas e saneamento (3,4%), indústrias extrativas (3,1%), industrias transformadoras (2,6%), comércio (2,5%) e alojamento e restauração (2,3%).

Os dados do INE mostram também uma evolução muito mais lenta das médias salariais entre trabalhadores da função pública, cujo salário médio habitual cresce meros 1% no primeiro trimestre, atingindo 1586 euros brutos.

Já no sector privado, a média salarial sobe 2,4%, para 1031 euros brutos.

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