Mercado de smartphones com IA dispara 344% de olhos postos no iPhone 16

Crescimento do mercado global foi revisto em alta, com dispositivos Android a comandar o crescimento. Analistas antecipam impacto do novo iPhone, que sai a 9 de setembro.
Mercado mundial de smartphones deverá crescer 5,8% para 1,23 mil milhões de unidades em 2024. Foto: Gonçalo Villaverde/Global Imagens
Mercado mundial de smartphones deverá crescer 5,8% para 1,23 mil milhões de unidades em 2024. Foto: Gonçalo Villaverde/Global Imagens
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O otimismo regressou ao mercado de smartphones em 2024, com as previsões de vendas a serem revistas em alta até ao final do ano e uma explosão dos modelos com Inteligência Artificial (IA) generativa. Num novo relatório, a consultora IDC aponta para a subida significativa do número de smartphones com IA no mercado e do seu preço média de venda. 

“Embora os smartphones com IA generativa sejam relativamente novos no mercado, os modelos de topo vão continuar a adotar funcionalidades de IA para os separar dos restantes”, explicou o analista Anthony Scarsella no relatório. “A IDC espera um crescimento robusto de 344% nos smartphones com IA generativa, captando 18% do mercado total no final de 2024, já que a maioria dos topos de gama vão adotar algum tipo de funcionalidades IA”, indicou. 

As previsões para o ano já incluem o impacto do novo iPhone 16, que a Apple vai lançar na próxima segunda-feira, 9 de setembro. A integração de IA é uma parte que explica a revisão em alta dos números globais: o mercado mundial deverá crescer 5,8% para 1,23 mil milhões de unidades em 2024. Após dois anos difíceis, os números positivos refletem o bom desempenho das vendas no primeiro semestre do ano - subida de 12% no primeiro trimestre e de 9% no segundo.   

Mas o grande impulso está a ser dado por dispositivos Android de preço acessível, em especial nos mercados emergentes, ao mesmo tempo que o segmento premium se vira para funcionalidades de IA generativa e renova o entusiasmo na indústria. 

“A revisão em alta da previsão para 2024 cimenta o caminho da recuperação do mercado de smartphones, impulsionada por um crescimento mais forte dos dispositivos Android na China e mercados emergentes”, explicou a diretora de pesquisa Nabila Popal no relatório. “O crescimento resultante do Android este ano será nove vezes mais rápido, com 7,1%, que o do iOS, com 0,8%”, frisou a analista. 

Estes dados indicam um abrandamento para a Apple, que se deve parcialmente à maior concorrência na China. Mas, tal como indicam as previsões para o ano todo, é expectável que melhores dias estejam no horizonte para a marca. Tudo vai depender de como vão funcionar as novidades de IA generativa no iPhone 16. 

Em junho, durante o seu evento anual de programadores WWDC, a marca desvendou o Apple Intelligence, que apresentou como sendo uma camada de serviços de IA e IA generativa para o iPhone, iPad e computadores Macintosh. A Apple também anunciou um acordo com a OpenAI parai integrar o ChatGPT diretamente no iPhone. 

“A IDC espera que a trajetória do iOS melhore em 2025 com um crescimento anual de 4%, graças à Apple Intelligence, que já está a criar imenso entusiasmo e se espera que ganhe momento no próximo ano e encoraje upgrades mais rápidos”, frisou Popal. 

Para recuperar terreno no mercado mundial, será imperativo que a Apple estabeleça parcerias locais na China viradas para a Inteligência Artificial, à semelhança das marcas domésticas que estão a tirar-lhe quota. 

Ainda assim, os preços acima da média deverão manter a prioridade da marca no segmento super premium, com menores volumes mas maiores receitas e um ecossistema de serviços. A IDC espera igualmente que outras fabricantes reservem as funcionalidades IA mais esperadas para os dispositivos mais caros. 

O que esperar da Apple 

“It’s Glowtime”, diz o convite para a apresentação do novo iPhone 16. Tempo de brilhar e de melhorar numa altura importante para a empresa, que vai concretizar as promessas que fez em junho. O novo smartphone deverá trazer as habituais melhorias no desempenho das unidades de processamento, com câmaras mais potentes, bateria mais duradoura, possivelmente novas cores. É na Apple Intelligence que residem as grandes diferenças e as melhores expectativas.

Ao contrário do caminho que outras fabricantes seguiram, a Apple não vai focar a IA em aplicações específicas. O utilizador não precisará de ir abrir uma app para usar IA, porque a inteligência estará embebida em todo o sistema operativo. Por exemplo, poderá pedir ao assistente digital Siri que encontre uma fotografia em que alguém está vestido com uma camisola às riscas ou extraia um endereço partilhado algures numa mensagem. O sistema poderá encontrar o cartão de cidadão nas imagens, identificar o número e inseri-lo automaticamente num formulário. Isto tudo será possível porque a Apple Intelligence vai usar o contexto pessoal de cada utilizador. Será capaz de reescrever emails com o seu tom, reorganizar as caixas no Mail e transcrever áudio nas Notas. 

Nas Mensagens, o utilizador poderá criar emojis com IA generativa chamados Genmojis. Nas Fotografias, poderá eliminar elementos indesejados no pano de fundo. 

A forma como esta injeção de inteligência vai funcionar na prática determinará o desempenho dos iPhones no resto do ano, podendo dar um impulso maior ao mercado - sobretudo em 2025, segundo a IDC.

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