Mercado dos relógios de luxo em segunda mão a crescer

Segmento deve aumentar 9% até 2026, devido à escassez de modelos novos e ao crescente interesse dos compradores.
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Até 2026 o segmento dos relógios de luxo em segunda mão deve crescer 9%, contra os 6% previstos para os relógios novos. A previsão é do relatório da Boston Consulting Group (BCG), que conclui que devido à escassez de modelos novos e ao crescente interesse dos compradores, as vendas em segunda mão destes artigos são vistos como um investimento alternativo atrativo.

O relatório "Luxury Preowned Watches, Your Time Has Come", levado a cabo pela BCG em colaboração com a WatchBox, revela que, entre 2018 e 2023, a Rolex, Patek Philippe e Audemars Piguet - as três principais marcas de relógios de luxo - aumentaram em média o seu preço em 20%.

Um mercado que em 2021 valeu 22 mil milhões de dólares (cerca de 20 mil milhões de euros), o mesmo que dizer, um terço do negócio anual dos relógios de luxo. Até 2026 deverá atingir os 35 mil milhões de dólares (cerca de 32 mil milhões de euros) e crescer 9%.

O "Luxury Preowned Watches, Your Time Has Come" ressalva, no entanto que o mercado dos relógios novos, de luxo, não vai abrandar e que as vendas - naquele mesmo período - deverão atingir os 66 mil milhões de dólares (60 mil milhões de euros), o que equivale a um crescimento de 6%.

Como explica o estudo da BCG, a atração por relógios usados vem do facto de 95% dos modelos que estão a ser transacionados já não se fabricarem. "O grau de procura e a baixa oferta dos melhores modelos de relógios contribuem para os preços elevados e as longas listas de espera".

Por esse motivo, o mercado de segunda mão está a crescer e a tornar-se mais sofisticado", detalha a BCG. E exemplifica: os relógios Rolex Cosmograph Daytona foram vendidos recentemente, em plataformas de relógios em segunda mão, entre 24250 (22 mil euros) e 38500 dólares (35 mil euros). O seu custo original é de 14800 dólares (13500 euros).

O relatório diz, também, que as aquisições online deste tipo de relógios excedem as vendas em leilão e em loja, e podem vir a representar cerca de 60% dos negócios do segmento até 2026.

Ainda de acordo com o documento, estas peças começaram a ser comercializadas em maior quantidade depois do aparecimento da pandemia, sendo que entre 2013 e 2022, conseguiram mesmo ultrapassar investimentos como joias, bolsas e mobiliário.

Para a BCG, "o futuro passa pela emissão de certificados de autenticidade e garantia para os artigos em segunda mão, através da revenda autorizada".

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