Nos primeiros seis meses de 2021, o mercado imobiliário conseguiu registar o crescimento mais rápido desde dezembro de 2016 e 70% das cidades analisadas tiveram variações positivas, avançou o El Economista, com base no Índice Prime Residential World Cities, da Savills Aguirre Newman.
Face aos valores moderados do setor registados entre junho de 2018 e dezembro de 2020, a crescer apenas cerca de 0,7%, o relatório afirma que 2021 contribuiu para um aumento forte dos preços imobiliários, especialmente devido às baixas taxas de juros, à repercussão sentida na confiança dos compradores e às medidas de estímulo económico.
Mas nem todas as localidades tiveram os mesmos resultados. Por exemplo, cidades chinesas alcançaram o maior aumento de preços, com o volume de compras a crescer nos últimos anos, bem como o investimento no imobiliário. As cidades dos Estados Unidos, Los Angeles e Miami, que beneficiaram especialmente do teletrabalho, dos impostos locais favoráveis e do aumento do poder de compra, tiveram também aumentos acima dos 9%.
Por sua vez, Paris (França) e Mumbai (Índia) foram as cidades com a maior descida de preços, prejudicadas pelo menor volume de transações conseguido durante o ano passado e pelos confinamentos prolongados a que foram sujeitas. Nova Iorque também não saiu ilesa e tem registado uma diminuição dos preços ao longos dos últimos quatro anos, dado a oferta excessiva existente. Ainda assim, segundo o relatório, os dados apontam para uma estabilização dos números da cidade já este ano.
Singapura, Banguecoque (Tailândia) e Kuala Lumpur (Malásia) são também outras zonas que, graças ao aumento da procura e da diminuição da oferta, conseguiram recuperar de valores negativos. O teletrabalho e a necessidade de espaço contribuíram ainda para o reerguer dos valores, com repercussão no Dubai (Emirados Árabes Unidos), Cidade do Cabo (África do Sul), Moscovo (Rússia) e também Lisboa.
Rendas de luxo
O El Economista acrescenta que os arrendamentos de luxo registaram um aumento de 0,5% no primeiro semestre de 2021, depois da descida de 1,8% em 2020. As rendas, em 39% das cidades, experienciaram ainda um aumento no primeiro semestre deste ano, em comparação com 25% registados durante o mesmo período no ano passado.
De janeiro a junho de 2021, percebeu-se também que a rentabilidade média nas 30 cidades do índice foi de 2,9%, o valor mais "apertado" identificado desde que a Savills começou a estudar estes dados, em 2005.