O preço dos futuros de ouro atingiu o valor mais alto da história nesta terça-feira, dia 2 de setembro. A movimentação segue a linha do que tem sido tendência nos últimos anos, desta vez alimentada pelas expetativas de cortes nos juros da Fed.Aquele minério constitui uma reserva de valor, na avaliação dos mercados. Assim sendo, situações como tensões económicas ou geopolíticas, entre outros fatores, resultam, por norma, num alavancar das negociações.Durante a tarde, os futuros de ouro bateram os 3576 dólares por onça e marcaram um máximo histórico, em reflexo de uma valorização diária na ordem de 1,70%. Com este rally, as negociações subiram 34% desde o início do ano, impulsionadas por fatores tão diversos como a guerra em gaza, as tarifas alfandegárias dos Estados Unidos ou o sentimento deteriorado na economia alemã.Desta vez, está no centro das atenções a Reserva Federal norte-americana e a política monetária da mesma. Os mercados estão a descontar um eventual corte nas taxas de juro de referência daquele banco central, na reunião de setembro (decisão será anunciada no dia 17). Caso se confirme, a decisão deverá funcionar como catalisador da inflação, que já está pressionada pela imposição de tarifas às importações, decretada pela administração liderada por Donald Trump.Recorde-se que o próprio presidente dos EUA vem pressionando a Fed, em particular Jerome Powell, que lidera aquela instituição, com o objetivo de que esta efetue finalmente um corte nos juros. Neste momento os limites estão fixados entre 4,25% e 4,50%, sendo que Trump quer reduções para menos de 1% O cenário é, por isso, de tensão na maior economia do mundo, que é também aquela que mais mexe com os mercados, à escala internacional. Nesse sentido, o clima é de incerteza no plano macroeconómico, pelo que os investidores migram para o ouro com o propósito de proteger os seus investimentos.