A chanceler alemã, Angela Merkel, deixou hoje um agradecimento aos profissionais e autoridades de saúde pelo "excecional emprenho e dedicação" e "enorme contribuição" na contenção da pandemia de covid-19, sublinhando a importância de fortalecer serviços de saúde pública.
"Agora é uma questão de fortalecer a saúde pública também no longo prazo", referiu Ângela Merkel numa mensagem de vídeo, adiantando que o programa conjuntural delineado pelo seu governo inclui um 'Plano para os serviços públicos de saúde'.
"Pretendemos criar muito mais postos de trabalho na saúde e continuar a melhorar a vertente técnica", disse ainda.
A chanceler alemã destacou também que "canais de comunicação digitais ágeis" são "uma condição indispensável" para manter o sistema de saúde pública operacional e para que "todas as informações cheguem a tempo a quem deve tomar as decisões necessárias nesta pandemia".
"Se o nosso país tem lidado bem com a pandemia do novo coronavírus, se o número de infeções não atingiu a dimensão que observámos noutros países, [isso] tem que ver, e não em última instância, com o trabalho que diariamente levam a cabo os serviços de saúde pública", observou.
Neste contexto, Ângela Merkel sublinhou que são os funcionários da saúde pública a ajudar a detetar e a quebrar as cadeias de transmissão, realizar testes, solicitar e controlar quarentenas e a tentar determinar a rede de contactos dos infetados.
Para a próxima terça-feira, a chanceler alemã tem agendado um encontro virtual com funcionários do serviço público de saúde, autarcas e autoridades regionais de todo o país para ficar a par do trabalho desenvolvido, desafios que se colocam e perceber de que forma a política pode contribuir.
Alemanha destina 4 mil milhões à saúde pública
O Governo alemão vai destinar, até 2026, quatro mil milhões de euros para fortalecer a saúde pública, montante que os estados federais terão de investir na contratação de profissionais, aumentando a atratividade do emprego público.
Em conferência de imprensa, o ministro da Saúde, Jens Spahn, citado pela agência EFE, explicou que o acordo vai criar, "pelo menos, 1.500 empregos até ao final de 2021".
De acordo com o Governo, até ao final de 2022, o objetivo passa por criar cinco mil postos de trabalho para médicos e profissionais administrativos, entre outros, área para a qual serão destinados três mil milhões de euros. Já na digitalização serão investidos 800 milhões de euros, tendo em vista assegurar "um sistema interligado e moderno".
Jens Spahn destacou ainda o investimento de 50 milhões de euros em aeroportos e portos internacionais, equipados de acordo com as normas internacionais de saúde, nomeadamente, Frankfurt, Munique, Berlim, Hamburgo e Dusseldorf. Os apoios vão ser disponibilizados em seis parcelas até 2026, acrescentou.